ESPAÇO ABERTO Problema da Copel, da prefeitura ou nosso? Celebro - TopicsExpress



          

ESPAÇO ABERTO Problema da Copel, da prefeitura ou nosso? Celebro que a Copel melhore os serviços de eletricidade em Londrina. Só gostaria de saber como diversas instâncias da administração de Londrina aprovaram a construção de uma subestação de energia em área residencial densamente povoada, de grande trânsito de pessoas e veículos, ao lado de uma faculdade, ao lado do já tradicional Valentino (com alta afluência especialmente de jovens) e na frente do Lago Igapó 3? A Copel se mostrou disposta a rever o traçado da rede de instalação de linhas de transmissão de alta tensão na Gleba Palhano, após questionamentos de construtoras e moradores dessa região, subsidiados pelo Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (Ceal) e pelo Ministério Público. No entanto, os riscos, a alteração da paisagem e os danos ambientais que fundamentaram tal decisão inexistem em outras partes do traçado e no local da própria subestação? Qual o critério para ponderar riscos para uns setores da cidade e não para outros? A Constituição Federal e o Estatuto da Cidade garantem uma gestão democrática com participação dos diversos setores sociais na formulação dos projetos de desenvolvimento; assim como a justa distribuição dos benefícios e dos ônus do crescimento e urbanização da cidade. Se a Copel e as diversas instâncias da administração municipal anterior, que concederam tal licença, foram omissas com os possíveis riscos por exposição prolongada para as pessoas que moram e circulam no entorno da subestação e com os problemas ambientais e paisagísticos decorrentes da mesma, cabe à atual gestão avaliar o processo de concessão desse licenciamento. Se não houver irregularidades, cabem explicações à população de como se concedem alvarás para construção, como e quem faz e avalia os estudos de impacto ambiental e de impacto à vizinhança das obras da cidade. Será que os engenheiros da Copel estariam dispostos a submeter suas famílias, especialmente seus filhos, à exposição prolongada de campos eletromagnéticos não ionizantes? Sobre esse tema se diz que as pesquisas não são conclusivas, o que quer dizer que não há comprovação de malignidade, porém também não há comprovação de inocuidade. Os planejadores da obra também se mostraram indolentes à cultura dos londrinenses, pois também está em jogo o Igapó, patrimônio turístico, cultural, estético e paisagístico. O nosso cartão postal ganhará em breve um emaranhado de cabos de alta tensão, suspenso por gigantescas colunas, o que faz da discussão sobre a subestação e os superpostes um problema de Londrina e não de alguns setores cidade, sejam mais ou menos privilegiados. A quem cabe a responsabilidade por tudo isso? Se a prefeitura e nós, cidadãos, ficarmos em silêncio, sem ação nem reação, nos tornaremos cúmplices de um atentado contra a cidade. Enquanto não agirmos, a população de Londrina pode ir se familiarizando com a monstruosidade (já evidente) que passará a compor o novo visual do cartão postal da cidade! Uma petição, com 675 assinaturas, foi protocolada na Prefeitura de Londrina solicitando a paralisação da construção da subestação Canadá (localizada no Jardim Presidente) e a instalação dos postes de transmissão de alta tensão, até a Copel esclarecer a população sobre os efeitos de campos eletromagnéticos ao nível do solo, no entorno da subestação e das linhas de transmissão, conforme os valores admissíveis pelas leis brasileiras que regulam esse tipo de empreendimento. Também exigimos a divulgação dos estudos realizados de Impacto Ambiental (EIA), Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), conforme exigido na legislação brasileira e maiores esclarecimentos com relação ao cumprimento do Plano Diretor e às circunstâncias sob as quais foi aprovada a instalação da subestação nesse local. MARTHA RAMÍREZ-GÁLVEZ é doutora em Ciências Sociais e docente da Universidade Estadual de Londrina ■ Os ar­ti­gos de­vem con­ter da­dos do au­tor e ter no má­xi­mo 3.800 ca­rac­te­res (55 linhas) e no mí­ni­mo 1.600 ca­rac­te­res (25 li­nhas). Os ar­ti­gos pu­bli­ca­dos não re­fle­tem ne­ces­sa­ria­men­te a opi­nião do jor­nal. E-­mail: opi­niao@fo­lha­de­lon­dri­na.br
Posted on: Mon, 22 Jul 2013 01:25:58 +0000

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