«Educar é conseguir que a criança tome decisões» Por: - TopicsExpress



          

«Educar é conseguir que a criança tome decisões» Por: Sónia Mendes de Almeida Na vida estudamos para tudo. Mas não estudamos para sermos pais. O que os mais novos vão ser no futuro depende muito da forma como forem treinados pelos pais e são esses truques, baseados na gestão das emoções, que Elsa Punset ensina no livro Bússola Para Navegadores Emocionais’. Porquê este título? Andamos perdidos nas nossas emoções? Porque até há bem pouco tempo não se sabia que os grandes pilares emocionais das crianças se formam nos primeiros seis a sete anos de vida, pelo que os pais não têm muito tempo para saber o que é importante nesta fase. E porque se aprende para tudo, menos para ser pai/mãe. De repente estamos à espera de um filho, ele chega e o que fazemos é repetir o que aprendemos com os nossos pais. Muitas vezes nem pensamos se está bem ou mal, repetimos e normalmente amplificamos um pouco mais. Quando escrevi o livro queria que fosse muito prático. Queria assegurar-me que os pais tinham uma ideia clara do quão importante é o seu papel nos primeiros anos de vida da criança e como podem ajudá-la a ter uma boa inteligência emocional. Como começou a pensar neste assunto? Tenho duas filhas, uma com nove e outra com seis anos e escrevi o livro não só para os pais, mas para todos os que queiram pensar na sua própria infância. Tudo o que se passa na nossa vida é reflexo da nossa infância? Totalmente. Os dois grandes padrões emocionais – o amor e a curiosidade – formam-se nos primeiros seis a sete anos de vida. O amor significa que os seres humanos são muito empáticos, têm uma grande necessidade e capacidade de amar os outros, de se colocarem no lugar dos outros. Então aprendemos a expressar o amor, mas isso aprende-se em casa, na infância e é muito importante porque vai marcar-nos para toda a vida. Depois a curiosidade: quando somos pequenos decidimos se o mundo é um lugar seguro ou inseguro, se vale a pena descobrir o mundo ou se este nos dá medo. Isto também se aprende na infância. Mas uma criança pode ser positiva ou negativa, tem um temperamento inato. Ou até aos sete anos desenvolvemos a personalidade? Nascemos com um determinado tipo de temperamento. No livro, para simplificar, dou como exemplo quatro temperamentos clássicos e pareceu-me que era útil recordar aos pais que apesar de quererem um filho desportista, sociável e simpático pode calhar-lhes um violinista tímido e romântico. Muitas vezes os pais não compreendem isso e educam os filhos de forma igual, o futebolista e o violinista. Gostaria de lembrar que há uma parte da criança que os pais não decidem. Podem ter expectativas, quererem que seja como o pai ou o avô, mas isso é muito pesado para a criança. Se ela tem um temperamento, há que aceitá-lo e respeitar a criança como ela é. Por exemplo no caso do temperamento colérico: este pode ser um temperamento líder, pode ser uma pessoa com muita força, que toma decisões e que se responsabiliza. Podemos educar a criança e responsabilizá-la pelo que faz. Ou podemos educá-la para se transformar em alguém colérico, com mau carácter, com muita ira. Se temos uma criança com este temperamento, temos de estar seguros que a ensinamos a expressar a ira, a não pisar nos outros. E como é que isso se faz? É a educação das emoções, a educação emocional e social porque na realidade vivemos com as emoções presas. Somos feitos de emoções e dei-me conta que estamos muito perdidos nas nossas emoções, não sabemos porque somos de determinada maneira.
Posted on: Thu, 25 Jul 2013 09:51:59 +0000

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