Exigem novas leis que os olhos não se alegrem quando as folhas - TopicsExpress



          

Exigem novas leis que os olhos não se alegrem quando as folhas das árvores lhes acenam; quando o lagarto ao Sol o erótico pescoço, erecto e circulante como um radar, transforma as ondas mansas em lúbricas tensões. Não mais murmúrios de águas nem aromas de pinhos Que os ouvidos antigos recolhiam e os narizes hauriam sequiosos como exaustores de fumos; não mais abrir os olhos e fechá-los sob a língua da luz lambendo morna o convexo das pálpebras; não mais levitação do corpo no silêncio, o porte da doninha na iminência ´ do que nunca acontece. Pois que sejam meus olhos que ao fecharem-se levem consigo a imagem derradeira da fragância poética do mundo; que em meu rosto bafeje o último hálito das magas transparências estendidas que em construídos céus nos redimiram da frágil condição de ser humano; que as últimas mensagens dos emissores piratas, clandestinos algures do fundo dos cristais, no pristilo das flores, nas escamas dos peixes, encontrem meus ouvidos. Que a terra me seja leve.
Posted on: Mon, 12 Aug 2013 02:35:10 +0000

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