Fosse um canal comprometido com a informação, a TV Globo teria dito em seus telejornais que o protesto de ontem em São Paulo foi o maior dos últimos anos na cidade, reunindo mais de 10.000 pessoas (segundo estimativa da polícia). Que o fato evidencia uma crescente indignação (sobretudo por parte dos jovens) e mobilização popular inédita nas últimas décadas no país. Fosse um canal realmente comprometido com a maioria da sociedade (e não apenas com a mesma elite dominante de sempre), teria feito uma análise do impacto do preço do transporte público no orçamento mensal dos trabalhadores (que em alguns casos chega a 40% do salário mínimo). Teria mostrado imagens comprovando que a imensa maioria dos milhares de participantes agiram de modo absolutamente pacífico, exercendo seu pleno direito à cidadania. Fosse um canal comprometido com a inteligência e a verdade dos fatos (e não apenas com a ignorância e a manipulação do senso comum), teria explicado as verdadeiras razões do protesto, esclarecendo as reais demandas do movimento “Passe Livre” (cuja luta é pelo transporte público gratuito e de qualidade, e não apenas por R$ 0,20 de uma passagem já abusiva pelo péssimo sistema oferecido). Mais do que focar uma minoria de punks vândalos, teria direcionado seus microfones e dado voz a alguns dos vários líderes de um movimento legítimo (ao invés de ocultá-los totalmente e criminalizá-los). Mas, em um país há décadas teleguiado pela manipulação global, a Globo não faz nada além de cumprir sua verdadeira missão, a razão pela qual foi criada: distorcer a real identidade dos brasileiros, incutir na sociedade seus valores capitalistas individualistas e demonizar os movimentos sociais brasileiros. E isso não se trata de um “detalhe”, de uma simples “opção editorial”. Não, isso faz parte de um projeto claramente definido, sistematicamente posto em prática há mais de quatro décadas, e que tornou possível o fim da ditadura militar no Brasil, ao transformar parte da sociedade brasileira em leais defensores do próprio sistema que o massacra, como um exército de censores reacionários e conservadores que reprime a si mesmo enquanto povo, como gado que defende seus próprios lobos, como escravos que defendem seus próprios senhores (Antonio Lisboa, in: facebook/ocupa.a.rede.globo).
Posted on: Wed, 12 Jun 2013 19:49:02 +0000
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