Francisco rompe costume vaticano ao receber imprensa sem censura - TopicsExpress



          

Francisco rompe costume vaticano ao receber imprensa sem censura prévia Le Monde Stéphanie Le Bars Enviada especial ao avião do papa 31/07/201306h01 Comunicar erroImprimir Quando o encarregado de mídia pediu aos cinegrafistas que tirassem seus equipamentos pouco depois de chegarem ao avião papal, na segunda-feira (29), os jornalistas entenderam que Francisco mais uma vez iria romper com os costumes vaticanos. Meia hora depois de decolar do Rio, o papa, acompanhado somente de seu porta-voz, o jesuíta Federico Lombardi, um tanto desconcertado pela inovação de seu "patrão", se plantou na frente da classe econômica para uma conversa de uma hora e vinte minutos com a imprensa internacional. Uma comunicação irrestrita, inédita, que marca o estilo do novo papa, normalmente rebelde quanto ao protocolo. A ruptura com o método Bento 16 foi total. Durante viagens internacionais do papa alemão, o cerimonial era imutável. O indefectível padre Lombardi, todo sorrisos e com o obrigatório colarinho romano, aparecia diante dos jornalistas, seguido do papa, ladeado por seu número dois e seu secretário. Mas, embora aparentasse ser uma coletiva de imprensa, esse discurso de aproximadamente quinze minutos não era. Sem anotações durante quinze minutos Isso porque alguns dias antes da partida, a assessoria de imprensa do Vaticano recolhia as perguntas dos jornalistas credenciados: eram escolhidas quatro ou cinco. O papa tinha então tempo para aperfeiçoar suas respostas, e, embora falasse sem consultar anotações durante um quarto de hora, muitas vezes em várias línguas, é difícil acreditar que ele estivesse fazendo qualquer improvisação. No decorrer das primeiras viagens, os jornalistas selecionados tinham a oportunidade de eles mesmos fazerem a pergunta escrita. Depois, após a viagem para a África, durante a qual uma resposta sobre a Aids e o uso de preservativos suscitou uma polêmica mundial, a assessoria de imprensa decidiu controlar ainda mais a comunicação do papa. Desde então, as perguntas passaram a ser feitas pelo próprio padre Lombardi. Durante seu pontificado, Bento 16 não concedeu nenhuma entrevista à imprensa. A única exceção, perfeitamente controlada, foi em 2010, quando ele se abriu a um jornalista alemão em um livro de entrevistas que foi inevitavelmente um acontecimento. Amigos entre os jornalistas João Paulo 2º, o primeiro papa da história a ter entendido todo o interesse da comunicação para a Igreja, privilegiava o contato direto com os jornalistas, sendo que alguns deles se tornaram próximos dele, passava pelas fileiras do avião papeando com um e outro, para desgosto da concorrência, que ficava privada de possíveis confidências. O papa Francisco também tem amigos entre os jornalistas, particularmente argentinos e um italiano, que o acompanham e que ele beija sem acanhamento. Bem distante dos primórdios da comunicação vaticana e da inovação de Pio 11, que em 1931 transmitiu a primeira mensagem radiofônica do papado. Em latim.
Posted on: Wed, 31 Jul 2013 09:13:02 +0000

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