Fui fazer um ensaio fotográfico em Sampa hoje. Na volta, parei na - TopicsExpress



          

Fui fazer um ensaio fotográfico em Sampa hoje. Na volta, parei na Augusta pra tomar um suquinho de cevada bem gelado, cheio de nutrientes. Dei uma volta na livraria cultura, comprei um livro, tomei mais umas. Enfim, matei o tempo. E fiquei lá meditabundo, vendo a fauna e a flora subir e descer a Augusta. Muita gente feia. Na verdade é tudo gente bonita fazendo um esforço tremendo pra ficar feia. E conseguem! Lá eu era o único feio fazendo esforço pra ficar bonito. A Augusta é engraçada, é o lugar onde o PIB de São Paulo e as ideologias sociais de esquerda coincidem nos mesmos bares - quando não nas mesmas pessoas. Mas, é claro, meu objeto de estudo ali não eram ideologias, eram as mulheres. Mas era só canhão! As mais bonitinhas eram hippies desleixadas, que até inspira em você um certo cuidado paternal - "minha filha vem cá, vou te ensinar a cuidar melhor de você". De vez em quando aparecia uma bonita. Só que de mão dada com outra - nem sempre bonita. E eu não tenho fantasias com lésbicas, então essas coisas não me impressionam. Não era exatamente ali o melhor dos mundos possíveis. Paguei a cerva e fui embora. Quando fui pegar a moto tinha um casalzinho estacionando do lado, e eu falei pro cara: "ae brother, tou saindo, vou te liberar espaço". Ele respondeu alguma coisa inaudível, timidamente. Pensei: esse cara não tem bolas, fala muito fino. Olhei pra moça que estava com ele: até parecia bonita, mas meio hippie. Ela cochichou alguma coisa e eles riram. Na verdade ela riu, o garoto não parece ter achado engraçado. Olhei de volta pra ele e constatei: não tinha bolas mesmo. Tinha na verdade enormes seios, mas de resto era um menino, um menininho tímido com seios. Fiquei triste por ela - ele, sei lá. O mais curioso é que quando eu estava saindo da Augusta, eu parei a moto no farol da Paulista e notei que duas moças dentro do carro ao lado mexiam comigo. Eu estava sendo objetificado! A moça disse: "ô gato". A moça era bonita. Bonita pra caralho. E dirigia um carrão. Nem sei direito que carro que era, não me ligo muito em carros, mas a cena era surreal. A outra do lado ficou com vergonha quando eu olhei. Eu agradeci o elogio, e ela abriu um lindo sorriso e me falou alguma coisa que eu não lembro. Eu estava impressionado: na certa era a mulher mais bonita da Augusta, e era um travesti. Isso me lembrou uma moça com que eu saía uns anos atrás. Quando ela se arrumava e ficava linda, ela me perguntava se ela não estava passando do ponto, exagerando na maquiagem, etc. E a pergunta vinha nos seguintes termos: "estou parecendo um traveco?". Era uma pergunta que me confundia. De alguma forma existia uma conexão para mim desconhecida entre ficar bonita e parecer um "traveco". Fico agora pensando se não era o caso de dizer: "sim, você está tão feminina, que até parece um traveco". Talvez seja a melhor referência do feminino para as mulheres modernas.
Posted on: Sun, 22 Sep 2013 00:55:28 +0000

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