Fui pego de surpresa pelo sucesso do meu comentário de ontem. - TopicsExpress



          

Fui pego de surpresa pelo sucesso do meu comentário de ontem. Quem imaginaria? Percebi que os comentários contrários se resumiram a três categorias: 1) É difícil se separar da família. 2) Você precisa ficar na cidade de origem e lutar para que ela mude. 3) Quem vai embora é covarde. Ir embora nunca é fácil. Em tese, ninguém quer. Quem não gostaria de morar na sua cidade natal, com a vida que tem, mas ela sendo mais segura e organizada? Ora, posso afirmar que 85% das pessoas que "curtiram" o meu comentário moram em Fortaleza. Não são emigrados. Estão lá aguentando dia após dia não por que achem a cidade uma maravilha, mas provavelmente por que têm filhos para cuidar, um emprego que demorou muito para recompensar, e assim em diante. Certamente não enxegaram o meu comentário como um "Ei, vocês que ficaram, são todos um bando de idiotas!" Quem é traído pelo cônjuge pode até se sentir um idiota, mas não é um idiota. Quem é enganado por um picareta por até se sentir um idiota, mas não é um idiota. Quem é humilhado pelo chefe pode até se sentir um idiota, mas não é um idiota. Quem é roubado por um ladrão pode até se sentir um idiota, mas não é um idiota. E assim vai. E esse é o problema. Todos se sentem idiotas. Sabem que não são, mas se sentem como tal. Pagam impostos altíssimos e recebem nada em retorno. Vivem numa cidade anárquica, violenta, suja e possívelmente incorrigível. Todos esses "curtir" representaram um voto de protesto. Mas voltando ao começo. Não estamos mais no século XIX onde um imigrante tinha a certeza de que nunca mais iria rever a terra natal ou sua família. Hoje existe facetime, skype, facebook, avião, etc... Não é perfeito. Nada é. Tudo na vida requer sacrifício. Mas não é o fim do mundo. Gostaria de acreditar que é possível "mudar tudo que está aí". Quem me conhece sabe que fui pra briga durante os protestos de junho (só ver o meu histórico). Não estava no estádio cantando hino nacional sentadinho no conforto da minha cadeira numerada. Estava na rua, Fui pra briga. E posso afirmar: não mudou nada. Nada. Não mudou nada. Você pode até educar bem os seus filhos. Tentar agir corretamente. Mas é só. E é triste falar isso: não fará muita diferença. Quanto a ser covarde... bem, Dom Pedro I era português e liderou a independência do Brasil. Foi covarde? A escritora Clarice Linspector nasceu na Ucrânia. Albert Einstein era alemão e viveu nos EUA. Sigmund Freud era austríaco e viveu na Inglaterra. Alexander Graham Bell, criador do telefone, era escocês e viveu nos EUA. Eram covardes? Que tal fazermos o caminho inverso? Santos Dumont, um dos pioneiros da aviação, viveu a vida inteira na França. O ator Rodrigo Santoro hoje vive nos EUA. A modelo Gisele Bündchen também. São covardes? O que é o certo? Aliás, há um certo? Só que eu sei é que os brasileiros vivem num país que está eternamente a beira do colapso. Afinal, pra que serve a democracia de fachada do Brasil? O que é votar? Qual a utilidade? E quanto aos impostos? E a polícia? E a Justiça? E a educação e saúde? E a dificuldade de gerir uma empresa (de qualquer tamanho)? E quanto a ter que lidar com a burocracia? E os funcionários públicos incompetentes, desinteressados e corruptos? E aí? Falar "Eu amo o Brasil e ninguém pode reclamar dele" vai resolver algo? Vai? Vai o c%$#&. Minha admiração aos que ficaram no Brasil. Vocês não são idiotas. São mártires. E isso não é bom.
Posted on: Fri, 04 Oct 2013 18:33:40 +0000

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