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GOSTEI TANTO DESSE DISCURSO QUE RESOLVI PUBLICAR I HAVE A DREAM Eu tenho um sonho. Sonho o dia em não seremos mais perseguidos por classe política nenhuma, nem por agremiações partidárias, nem por madeireiros, nem grileiros, nem por garimpeiros, nem por religião extremista. No meu sonho não somos perseguidos por sermos diferentes, por termos vínculos afetivos com a terra, nossa mãe, nem por andarmos nús; nem por usarmos adereços distintos dos que as massas utilizam. No meu sonho, somos protegidos pelo Estado que nos respeita e faz valer as garantias que a ele deu origem: liberdade, fraternidade, igualdade e paz. Eu tenho um sonho, um sonho de um dia ver meus filhos, irmão e patrícios compartilhando a mesma mesa de discussão em pé de igualdade, debatendo civilizadamente os problemas comuns à todos os seres humanos em sociedade. Eu sonho com liberdade e paz; eu sonho em ter o direito de escolha, em ter o direito a vida, eu sonho ser feliz. Hoje cinquenta anos após o famoso discurso proferido pelo líder negro Martin Luther King Jr., sobre os direitos de igualdade, aos pés da famosa estátua do ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln, represento as angústias, as amarras e a segregação que ele sofreu em semelhantes palavras vividas pelos povos indígenas no Brasil. As demandas indígenas se coadunam tão bem com o que disse o líder negro que se proferido hoje, entenderíamos perfeitamente o que vivem os povos indígenas em nosso país. A questão indígena da atualidade, vive não só um momento de estagnação nas políticas públicas existentes, como também começamos a percorrer um caminho inverso ao já percorrido até aqui, isso representa a segregação do discurso de Martin. Não bastou termos tidos líderes indígenas nas décadas passadas que deram inicio as mobilizações indígenas e nos alforriaram das mãos escravagistas – assim como fez Lincoln – se agora vivemos “fim de festa”, a parte ruim que ninguém quer, a inobservância dos direitos já conquistados. Não é a usina de Belo Monte, não são as PECs que tentam subjetivamente exterminar meu povo, nem o monstro jurídico que a Procuradoria Geral da União dá ao julgado do STF relativo ao caso da Terra indígena Raposa serra do Sol, interpretando uma norma que era válida para um caso, aplicando à outro totalmente distinto. É a politicagem matreira e a velha forma de extermínio usado em tempos que a história não nos faz esquecer, aonde utilizava o poder lícito em desfavor da vida. Me valho nesse momento da famosa musica de Paulo Diniz, “E agora José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu...e agora você...?” A quem temos que buscar se todos os caminhos já fora percorridos, a palavra já foi dita e a promessa não foi cumprida! E agora José? Em 2002 quando o Movimento Indígena Brasileiro, alinhado com os princípios primários do Partido dos Trabalhadores, apoiou a candidatura do Presidente LULA, na certeza que a causa indígena seria levada a serio em um governo que conhecia nosso passado, participava das articulações e mobilizações coletivas, chorava junto com os povos indígenas quando em derrota; mas sempre incentivou levantar a cabeça, bater a poeira e erguia-se de mãos dados com nosso movimento em direção ao futuro, na busca pela melhoria da qualidade vida indígena e respeito aos direitos coletivos. Entre os postulados pelo antigo (hoje já morto e sepultado) Partido, estava a defesa da minoria, dos direitos Quilombolas, do pobre, do trabalhador e dos direitos indígenas. Por esse motivo o movimento indígena acreditou na bandeira de luta e no histórico partidário. Mais de uma década depois de conquistado o poder, aquele que esteve ao lado das nossas mais importantes lideranças, aquele que dividíamos o mesmo prato, que fumávamos o mesmo cachimbo, quer nos exterminar. Pratica as piores atrocidades políticas em nome de um projeto de poder, projeto esse que se encontra sujo pelo sangue de muitos inocentes, seja pela ação ou omissão. Em nome dos mais diversos companheiros, país afora que literalmente morreram na praia, destaco Chicão Chucurú, Edilson Kanamary, José Rufino Marubo, Oziel Gabriel Terena e tantos outros anônimos. Isso demostra que embora muito abatidos, a luta dos povos indígenas, pode ter perdido um braço, mas ainda possui duas pernas bem fortes para continuar no longo caminho em busca da utópica justiça social perseguida por muitos. Eu tenho um sonho... Eliésio Marubo EM 28-08-2013
Posted on: Wed, 28 Aug 2013 21:03:19 +0000

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