Já passa das duas horas da manhã e, eis-me aqui, como sempre - TopicsExpress



          

Já passa das duas horas da manhã e, eis-me aqui, como sempre sozinha, melancólica, insone, a ruminar o porquê das acontecências inesperadas e imerecidas. Não me amedronta a falta de companhia. Os fantasmas desta ou da presumida outra vida não me causam temor: até admitiria a viabilidade de manter uma convivência pacífica com estes últimos, na hipótese de que tal pudesse me ocorrer. A visita de meu pai, por exemplo, certamente me faria bem, pela compreensão amiga que inequivocamente me traria a singular pureza de sua alma. Os mortos não fazem mal à ninguém: os vivos sim, e quando emissários da DESLEALDADE, provocam um sentimento devastador, comprometendo o físico e a alma de quem se deixou ferir. A deslealdade provém, de certa forma, do egoísmo de quem não aceita dividir nada. Somente a vítima percebe sua disfarçada presença e sofre com a ingratidão, tendo a seu favor apenas a paz de consciência que tudo vence, por ser o bem maior. Mas não é tarefa fácil resistir à impiedade quando esta se manifesta cruelmente e passa por cima do sentimento alheio como um trator, e de forma disfarçada, sem deixar rastro. Mas a lei do retorno, igual a um bumerangue, devolve ao agressor - em situação semelhante - todo o mal praticado, não como vingança - mas como a justa paga que, inexorável, preceitua a chamada lei universal.
Posted on: Mon, 15 Jul 2013 06:18:14 +0000

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