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Leia Tudo Do Nosso Tchiowa Período pós - colonia Na constelação resultante das circunstância em que foi alcançada a independência de Angola - o MPLA a conquistar o poder, e UNITA e FNLA a desencadearem de imediato a Guerra Civil Angolana - o petróleo de Cabinda tornou-se no recurso económico vital para a sobrevivência do novo regime político. Por um lado, este investiu fortemente na protecção militar das instalações de extracção do crude, valendo-se durante algum tempo do apoio por parte de unidades cubanas; por outro lado, concluiu rapidamente contratos com companhias americanas, especializadas na extracção de crude. Dada a rápida decadência da FNLA enquanto força militar, e a impossibilidade de a UNITA chegar até Cabinda, esta não foi, porém, afectada pelas operações militares, durante e Guerra Civil. Em contrapartida, a FLEC - apesar das suas divisões internas - retomou algum fôlego, menos em termos de acções armadas, mas com uma significativa capacidade de mobilização política. Esta última foi de certo modo facilitada pela repressão dura por parte do governo do MPLA2 Os conflitos, que duraram longos anos, suscitaram a intervenção de várias forças da sociedade civil de Cabinda, com destaque para a Igreja Católica, com o fim de conseguir a pacificação. Porém, só depois do fim da Guerra Civil, a 1 de Julho de 2006, foi assinado um Memorando de Entendimento para a Paz e a Reconciliação da Província de Cabinda, entre o Governo de Angola e o Fórum Cabindês para o Diálogo, órgão da sociedade civil que também integra parte das tendências da FLEC. Em consequência deste entendimento, os efectivos militares da FLEC foram aquarteladas e a 6 de Janeiro de 2007, alguns destes elementos incorporados nas Forças Armadas Angolanas e na Polícia Nacional. Um dirigente da FLEC, António Bento Bembe, passou a integrar o governo de Luanda. Um contingente de bolsas de estudo foi atribuído a pessoas anteriormente envolvidas na oposição ao Estado angolano. O governo do MPLA prometeu atribuir a Cabinda uma parcela maior dos lucros obtidos no sector petrolífero. Entre várias outras melhorias, destaca-se a criação, em 2009, da Universidade 11 de Novembro, na cidade de Cabinda. Globalmente, a situação em Cabinda normalizou-se nos últimos anos. No entanto, elementos inconformados da FLEC têm vindo a realizar ataques esporádicos contra forças do governo nas selvas e também contra instalações de empresas sediadas no território. Para demonstrar normalidade, Cabinda foi escolhida como uma das sub-sedes do Campeonato Africano das Nações de futebol, organizado por Angola em 2010. A FLEC aproveitou esta oportunidade para levar a cabo um acto terrorista, atacando o autocarro que fazia o transporte da selecção do Togo, matando o motorista e ferindo dois jogadores3 . Este acto suscitou fortes reacções da parte dos serviços de segurança de Angola. Em inícios de Março de 2011, as Forças Armadas Angolanas capturaram o chefe do estado maior das FAC (Forças Armadas de Cabinda, o braço armado da FLEC). 4 Resultou daí a expectativa de que no futuro não haveria mais conflitos armados em Cabinda. 5 Entretanto, a Igreja Católica - sob pressão do regime angolano - parece empenhada em evitar um envolvimento de elementos seus em atitudes e actos de resistência em Cabinda. Não apenas nomeou para a Diocese de Cabinda um bispo, Filomeno Vieira Dias, que não é natural da região e tem ligações com figuras do poder central, como retirou o estatuto de sacerdote a três padres de Cabinda que tinham, repetidamente, articulado as reclamações da população contra Luanda.6 Entretanto, a FLEC parece ter mudado o nome para Frente de Libertação do Estado de Cabinda, 7
Posted on: Fri, 25 Oct 2013 22:07:49 +0000

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