Luís Roberto Barroso. Exagero do politicamente correto. Dilma - TopicsExpress



          

Luís Roberto Barroso. Exagero do politicamente correto. Dilma Rousseff adiou o quanto pode a nomeação do 11° Ministro a compor o Supremo Tribunal Federal. Isso por vários motivos, entre eles e principalmente por ser sob esta nova composição da corte a responsabilidade por analisar os recursos impetrados no julgamento do mensalão. No que se refere especificamente à esta motivação, importante se faz frisar ser o advogado constitucionalista Luís Roberto Barroso minucioso e tecnicamente preciso em seus pareceres, não é muito de ser conduzido pelos ventos políticos, diferente de Fux, Toffoli, Mendes, Marco Aurélio, para se falar daqueles ministros que são flagrantemente pautados politicamente, inclusive em decisões com rigor jurídico inerente. Desta forma, aqueles que veem em Barroso mais um Ministro que não se frustrará na possibilidade de beneficiar o governo, podem estar pegando o trem errado. No que pese sua origem na advocacia constitucionalista, nunca se furtou ao dever moral cidadão de combate as mais ardilosas organizações criminosas, mesmo que por vezes seja restringido a demonstração de sua reprovação. Por outro lado, Barroso já deu sinal de não intencionar passar incólume pela Corte no que diz respeito à mudanças de práticas, muitas das vezes, conservadoras no conduzir dos julgamentos. Ambiente propício para a dinâmica ardilosa, diga-se de passagem. Anunciou ser um absurdo longos votos quando a regra geral aponta para 15 minutos somente. Defende a estenção a no máximo 30 minutos. Com efeito, no máximo poderia se estender para 30 minutos, entretanto 2, 4, 5 horas em um único voto coloca a burocracia a cima das intenções republicanas, coisa que nem Max Webber defendia. A burocracia está a serviço da justa distribuição das riquezas e não o contrário.Barroso ainda sinaliza rumo ao pragmatismo quando afirma ser estes longos votos proveitosos para aqueles estudiosos da academia, mas não para uma instituição deste porte e nem para o Brasil. Neste diapasão, mais vale a solução dos problemas do que a composição intelectual daquela matéria, utilizando para tanto de princípios fundacionais. Seria controverso talvez se ampliássemos este pragmatismo de maneira forte sobre toda a ética, política e justiça. Esta linha que segue um neopragmatismo estilo Rorty me convence em uma utilização pragmática da verdade, mas não me convence em prol de um abandono completo da razão. Uma, por ser tarefa quase impossível para não ser dogmático, e outra por desconsiderar o próprio pai do pragmatismo, Peirce, no que se refere à existência de uma filosofia analítica da linguagem utilizada para compor o alicerce que Habermas faz em complemento tanto a doutrina kantiana como a hegeliana. Não seria o caso de abandonar tais doutrinas e sim complementá-las pós virada lingüística. A razão é procedimental, mas se mantém hígida desde que prática e não meramente instrumental. Voltando ao tema depois deste importante parêntese, Luís Roberto Barroso promete não passar pela Corte sem combater práticas consagradas durante muitos anos. Portanto, seu papel político, não obstante estar voltado para práticas não republicanas, engrandece o STF. Constitucionalista renomado ao ponto de ser ilustrativa a seguinte pergunta: quem ao ter estudado seriamente o direito constitucional não topou com belíssimas posições de Barroso, sendo inclusive considerado por muitos doutrinador de maior prestígio e brilhantismo na academia? Estejamos atentos agora para seu posicionamento em uma instituição tão cara para nosso país. Em nossa singela opinião a escolha não teria sido mais feliz, ainda mais se tivermos em mente sondagens feitas pela presidenta e noticiadas pelas mídias de massa, as quais colocam Barroso anos-luz de distância tanto em pesquisas acadêmicas, como quanto a larga experiência em sustentações orais. Mudando completamente de assunto, mais uma vez pretendo tratar do exagero do politicamente correto. Afirmo e destaco ser este ponto de extrema valia para se entender a democracia contemporânea, a tolerância e o multiculturalismo em geral. Pois bem, percebo que cada vez mais o politicamente correto toma conta das mentes desavisadas e promove o pior dos vícios: aquele que se incorpora como correto a primeira vista. De maneira que a preguiça intelectual permanece nesta visão mais conveniente, pois mais superficial. Dominando superficialmente várias temáticas, imagina-se dominar mais saberes, mas ocorre exatamente o contrário. Falta de foco. Como se diz por ai o pato não sabe voar, não sabe nadar e nem se movimentar com agilidade, mas pratica todas estas modalidades. Conhecimento não passa de acúmulo de informação e difere da sabedoria, por isso também defende-se o pragmatismo contra muitos pós-modernos como Derrida, Marcuse, Foucault, Adorno, Horkheimer. Enfim, voltando ao politicamente correto que nada tem a ver com estes pensadores citados, entro em dois polêmicos assuntos que mexem com o ego de muita gente. Muito me incomoda qualquer forma de doutrinação impositiva, principalmente quando acha-se ser esta a melhor forma de se mudar o mundo. Exemplifico: imprimir uma alimentação vegetariana por ideologia, religião, saúde, moral, ou qualquer outra convicção, por mais que não racional, é plenamente aceitável, mas rejeito aqueles que com isso acham estar contribuindo para um mundo melhor, e mais, se colocando em uma posição maniqueísta ou até dentro de uma crítica genealógica na moral nietzschiana, onde esta atitude se conduz como boa, bela, justa e a outra como ruim, má, injusta. Por vezes, atribuem aqueles que não são vegetarianos a culpa do sofrimento dos animais. Ora, tudo isso me parece muito inocente para não dizer raso. Acordem. Olhem em volta, não é assim que se mudam as coisas assim como ninguém passa a ter fé por imposição, será que não percebem. Já faz algum tempo que Locke escreveu “Cartas sobre a tolerância”, tanto tempo que naquela época a tolerância nem chegava perto da acepção que tem hoje. Minha gente, o sofrimento dos animais não é culpa dos abatedouros, não adianta postar vídeos sensacionalistas, lembre-se que já tentaram isso com o aborto e nada adiantou, basta ver o rumo que as coisas estão tomando. Diga-se de passagem, a Igreja disponibilizou muitos vídeos sensacionalistas sobre o aborto e esta parece ser mais uma derrota para a Igreja Católica colocar em sua ante-sala. Por falar em animais, mais um exagero do politicamente correto me chama a atenção. Utilizar as redes sociais para compartilhar animais que precisam de adoção e promover a comunicação entre aqueles que mantém prática solidária é perfeitamente aceitável e inclusive de excelente efetividade e sensibilidade. Entretanto, a maior parte das pessoas que só fazem postar apoio a proteção dos animais de maneira assídua e até desgastante(se você não é um dele não se sinta tão ofendido), se reduzem a esta atitude, mais cômoda e com a mesma divulgação social. Poucos realmente praticam a verdadeira solidariedade. É a velha história dos trocados para o menino de rua. Não é este compartilhamento que vai ajudar a causa, pelo contrário, se só ficar assim isso multiplicará o peso daqueles que deste mundo usufruem e nada contribuem, pois como diz Marcelo D2: “se não faz parte da solução então faz parte do problema”. Vejo o interesse pelos animais - não que eles não mereçam e até acho que é pouco pelo que eles realmente merecem por serem extremamente valiosos para a harmonia com a natureza, superar o interesse pelos humanos. Vejam em proporção tanto por demanda quanto por quantidade, quantas campanhas em defesa dos animais temos em nosso município? E quantas campanhas temos do agasalho, do trabalho infantil, sobre o poder de grandes instituições sobre os mais vulneráveis socialmente, em prol da cultura regional e como ela pode influenciar na degradação do ser humano. Não quero que diminuam as campanhas dos animais, quero que aumentem as outras. A dinâmica monotemática é tão perigosa quanto ser reacionário e ela puxa a população para o sentimento de trabalho cumprido com um mero compartilhamento em rede social. Assim como não se acaba com a pobreza por decreto, como almeja nossa querida presidenta, não se melhora o mundo olhando apenas para aquilo que está na crista da onda. A ação não é desinteressada, pelo contrário, ela almeja ser reconhecida socialmente. A arte, a magia não se mede por reconhecimento. Vamos se ligar, não é só porque nomes públicos de nossa região encabeçam a causa dos animais que ela é mais importante que qualquer causa humanitária. Vamos olhar mais para os homens, é o que peço, se 1/3 do que se oferecem aos animais se voltasse para os homens estaríamos em melhor situação, mesmo que de maneira regional e pragmática. Claro que este quantitativo deve estar envolvido realmente na prática solidária, e não se resumir a compartilhamentos. Espero com estes dizeres ter realmente contribuído para a otimização da solidariedade nos afastando do politicamente correto, se não estaremos de volta aos murros em ponta de faca. Abraços… André Guimarães Borges Brandão politicacultural.tumblr/
Posted on: Mon, 10 Jun 2013 04:25:51 +0000

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