MATA-SOLDADO. Servi o Exercito Brasileiro no ano de 1961. O meu quartel era a 14ª Cia. de Saúde, que ficava dentro da área da 4ª Divisão de Cavalaria no Bairro Amambaí a caminho do Aeroporto. Nas cercanias, ficava o famoso “ Bar Ventura”, ponto final da linha de ônibus. "Ventura" seria um Minimercado que atendia aquela região, misto de bar, lanchonete e mercearia. Quase todos os soldados nas suas horas de folga se dirigiam até lá que também, era o ponto das marias-coturno. Quartel era sinônimo e lugar para homens valentes, corajosos e destemidos. Usar a farda verde oliva, além do orgulho, representava ter auto suficiência. Pois bem, os nossos treinamentos além do aprendizado de primeiros socorros tinha também, o manuseios com as armas, mas para isso, tínhamos que demonstrar toda a nossa coragem. No pátio para os exercícios, existia uma passarela estreita de mais ou menos 50 centímetros de largura por uns 10 metros de comprimentos instalada numa altura acima de 5 metros. Nesta passarela denominada “mata-soldado,” deveriam passar os mais valentes. Muitos não passavam nem a pau. Faltavam-lhes a tal da coragem!... Um final de semana quando estávamos aquartelados, recebemos visitas de senhoras que vieram conhecer as nossas dependências entre elas, a temida passarela. “Aqui neste mata-soldado, só passa de um lado para o outro, soldado macho!” disse; um dos nossos!... E elas; Deixa conosco. Vamos meninas!... Não é de ver que todas elas fizeram ida e volta em cima da passarela... “É por isso que as mulheres hoje fazem parte do Exército”. (crônica de Nelson Ney Contar)
Posted on: Fri, 16 Aug 2013 20:30:13 +0000
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