Magoga ao alcance de todos As vendedeiras da magoga estão - TopicsExpress



          

Magoga ao alcance de todos As vendedeiras da magoga estão espalhadas pelas ruas de Luanda. Logo pela manhã, muitas delas, além do fogareiro e a bancada, levam consigo os ingredientes apropriados para a confecção da sanduíche feita à base de pão, frango frito, salada e mayonnaise, entre outros. A silhueta de uma mulher de chinelas nos pés, pano pela cintura e lenço na cabeça denuncia logo ao primeiro contacto a sua actividade diária, “magogueira”. As magogueiras são jovens e senhoras que passam o dia nas esquinas das ruas de Luanda, concretamente em lugares de maior concentração populacional com destaque para a entrada de instituições públicas e privadas, bem como nas paragens dos transportes públicos. Elas alimentam desde trabalhadores, estudantes e até transeuntes, tendo a rua como restaurante onde não é exigida qualquer marcação prévia a refeição do dia. Este cenário é frequentemente visto durante a semana laboral, na paragem da Vila do Gamek, em Luanda, onde se avista um aglomerado de pessoas. O ajuntamento das pessoas pode causar estranheza a quem passa, mas um olhar mais atento permite perceber que aguardam pela sua vez. Já passava das seis horas e vinte minutos quando a nossa equipa de reportagem chegou ao local. Conhecemos então Francisca Jorge Adão António, de 31 anos, mão de cinco filhos que tem na venda da magoga a fonte do sustento para s sua família. Francisca vende a magoga desde 2004, e diz ter muitos clientes pelo facto do seu produto oferecer condições seguras de higiene, um dos principais pressupostos para a fidelização da clientela. Xica, como também é conhecida pelos seus clientes, reside no bairro Benfica e se levanta diariamente de madrugada para chegar ao “local de trabalho” às cinco horas da manhã. O dinheiro que arrecada na “zunga” lhe permite pagar a formação dos seus educandos e construir a sua casa num terreno adquirido com as receitas da venda da magoga. Questionada sobre a sua facturação diária, a magogueira adiantou que depende muito do dia e da fluidez dos trabalhadores e dos estudantes que são os potenciais clientes, mas “podemos levar para casa 16 mil kwanzas num dia”, revelou. Na rotunda do Gamek encontrámos Carla Maria, também ela na faixa etária dos 30. É natural de Benguela e está radicada em Luanda há cerca de dez anos. Veio à capital à procura de melhores condições de vida, e reside no bairro Capalanga, em Viana. Afirma não ter memória do dia em que começou a exercer esta actividade comercial. “Comecei por influência das minhas amigas. Vi que tinha jeito e decidi continuar”, contou. Quanto às contas no fim do dia, disse que “tudo depende do dia”. Os ingredientes usados pela Carla são adquiridos no mercado do Catinton. HÁ MAGOGA EM QUALQUER ESQUINA Agora, os consumidores não precisam de caminhar muito para tomar o pequeno-almoço, segundo a sua necessidade, pois em quase todas as esquinas há onde comer desde as primeiras horas de manhã, em ambiente característicos de algumas metrópoles que buscam padrões das grandes cidades ocidentais. É o caso da estudante Ilda, que frequenta o segundo ano de Ciências da Comunicação da Universidade Independente de Angola e vive no município de Viana, no bairro da Estalagem, tendo de sair muito cedo de casa para não se atrasar. Ela tem a solução da primeira refeição do dia nas magogueiras. “ Sempre que chego à Universidade, antes de entrar no pátio da escola compro já a minha magoga e normalmente como no terraço”, disse a estudante. “A magoga tem a seguinte composição: pão, frango, salada, maionese e gindungo. Em tempos havia o “motorola”, uma versão reduzida que apenas incluía pão e frango frito desfiado. Agora os fornecedores do “mata-bicho” mais popular de Luanda acrescentam a salada, repolho, cenoura, picante e maionese. Com tão grande tamanho, a “motorola” passou a “magoga”, disse a comerciante Francisca. Juliana Pedro é vendedeira da magoga há quatro anos. Com a sua bancada, o fogareiro e uma frigideira, instala-se todos os dias, das 5 horas às 13h00, defronte ao Complexo Escolar do Cazenga no bairo da Madeira. Conta que começou por vender a motorola, depois a chandula e agora com as magogas. O preço da magoga varia entre os 100 e 150 kwanzas. Muitos consumidores apreciam a magoga acompanhada com refrigerantes de sabores à 1 sua escolha. A vendedeira desconhece a origem dos nomes que vão surgindo para as sandes que atraem muitos clientes.
Posted on: Thu, 07 Nov 2013 04:02:14 +0000

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