Marcos Botelho sobre o a transmissão de ontem do programa "Na Moral" (trechos que argumentam sobre o estado laico): Daniel Sottomaior mostrou alguns argumentos clássicos, começou logo citando a revolução francesa, como se tivesse trazido o conceito de liberdade e igualdade para a sociedade que não é bem assim, pois a Revolução Francesa não teve por objetivo o Estado Laico, mas sim um Estado Anticlerical. O Estado Laico foi estabelecido com a independência dos Estados Unidos, que diga-se de passagem que é um país de origem protestante e uma das teses luteranas foi afirmar que a Igreja não deveria exercer autoridade sobre o estado, fazendo separação entre Estado e Igreja. Nesse momento Malafaia deu uma resposta à altura, abordando sobre os Estados que tentaram excluir a religião, como regimes comunistas, que foram os maiores regimes assassinos da história. Vladimir Lenin( marxista, revolucionário russo) escreveu: “Um marxista deve ser um materialista, ou seja, um inimigo da religião, mas numa dialética materialista, ou seja, uma que trata da luta contra a religião não de uma forma abstrata, e não com base no remoto, puramente teórico, nunca variando a pregação; mas de uma forma concreta, com base na luta de classes que se está a se passar na prática e na educação das massas de uma forma melhor e maior do que qualquer outra coisa poderia fazer.” Senti falta de uma presença mais expressiva do padre, acabou falando muito pouco, mas contribuiu em alguns pontos como em sua defesa dos objetos religiosos em lugares públicos. "Nos temos uma tradição em que o crucifixo faz parte de todos os tribunais, mesmo porque é um dado cultural, Jesus Cristo foi inocente, levado injustamente a morte, todo o juiz que visse aquela imagem de Cristo, devia se lembrar para que um dia aquilo não se repetisse como ele, se continuar assim com os simbolos religiosos, daqui a pouco irão querer tirar o Cristo Redentor"... Em geral, eu esperava mais dessa discussão, mas vale ressaltar que foi mostrado que o Brasil é um Estado Laico, pois o O Estado Laico nada mais é que a separação do Estado e da Religião e não deseja privilégio para ninguém. É possível ver essa divisão de poder no Estado Laico Democrático onde os cargos de Chefia são sempre Chefia de Estado ou Chefia de Governo que podem ser colocados sobre a mesma pessoa ou não. (Ex: Presidencialismo/ Monarquia Constitucional). Não há chefe de Religião, pois nesses estados não há religião oficial, e mais, há liberdade de culto, que é a situação onde inúmeras religiões coexistem, situação a qual o Estado se compromete em respeitar e permitir as Manifestações culturais e religiosas de cada indivíduo e religião, bem como respeitar sua história e contribuições sociais na constituição do Estado. Ex: Nos Estados Unidos, as notas de Dólar possuem o dizer: “In God We Trust” como forma de representar a importância do Protestantismo na construção do estado americano. Nenhuma dessas manifestações do estado em respeito às contribuições de uma religião ao mesmo descaracterizam o Estado Laico, uma vez que a religião homenageada ou citada não se constitui em um poder de governo (chefia de religião). No estado Laico com Liberdade culto, o estado se compromete a criar leis que protejam essa liberdade. Temos como exemplo no Brasil o artigo V da Constituição Federal que caracteriza como Ultraje a Culto qualquer interferência ou ato de intolerância religiosa contra uma religião seja qualquer que for.
Posted on: Fri, 02 Aug 2013 15:51:26 +0000