Mario Henrique Osanai Meu povo, minha gente, brasileiros e - TopicsExpress



          

Mario Henrique Osanai Meu povo, minha gente, brasileiros e brasileiras, companheiros e companheiras... Nunca antes, na história desse país, se ouviu tantos absurdos em seqüência. Nem mesmo se pensou em tantos desmandos e incoerências. Mas, qualquer que seja a sua idade, preocupe-se. Alarme-se. Apavore-se! Quando dizem que os médicos são os culpados por tudo isso que aí está, preocupe-se. Quando dizem que os estrangeiros (sem diploma válido) são a salvação, alarme-se. Quando dizem que os estudantes de medicina trabalharão no SUS, apavore-se. Porque o problema não está nos médicos que, apesar dos maus tratos, ainda se dedicam a cuidar do nosso povo, da nossa gente, de cada brasileiro, de cada brasileira. São esses mesmos médicos os que mantêm os hospitais públicos e postos de saúde ainda abertos. Também são esses médicos que apanham, que levam tiro, que choram... Porque estão lá, ainda. Na tentativa de salvar vidas, ou torná-las menos sofridas. Os médicos não se preocupam em reservar “mercado” do SUS, porque, como é exposto todos os dias, não é esse o melhor, nem o único. A saúde sequer é mercado, é trabalho. Trabalho árduo, sofrido, dedicado. E, numa parcela cada vez maior, ingrato. Os médicos se preocupam, embora nem sempre consigam manifestar, é com a vida das pessoas. E também com a vida deles. Os tais “mercenários” ou a “máfia branca” que alguns insistem em apedrejar não estão na linha de frente do SUS há tempos! Acorde! Se havia alguém com a ambição de “só ganhar dinheiro” no SUS, já saiu há tempos. Ou já ganha muito dinheiro, especulando com a crise da saúde, atravessando o trabalho médico, fraudando ou corrompendo. Mas, não são esses os que estão no plantão da madrugada, nem na unidade básica de saúde no meio do tiroteio, nem nas estratégias de saúde da família em que sequer há um analgésico. Não agrida quem está desarmado e pensando na sua vida e de seus filhos, pais, avós... A luta por uma saúde melhor não significa apenas condições para os médicos. Significa, principalmente, uma oportunidade de viver melhor para todos aqueles do início deste texto. Os verdadeiros beneficiados são os já doentes e todos os demais que precisam e querem viver. Pobres, vulneráveis, crianças, idosos, portadores de todas as necessidades... Por que estas pessoas (inclusive você, provavelmente) merecem ser tratadas por escravos sem qualificação? O que justifica torná-las ainda mais frágeis e expostas? Ou suas vidas valem menos do que aqueles que podem escolher onde receberão seus tratamentos? Vivemos em um país de imensas desigualdades verdadeiras que foram disfarçadas por estatísticas financiadas pelo trabalho e pela mesma pobreza que escondem sob o tapete. Pobreza que, agora, será usada como cobaia de experimentação. Os médicos e os estudantes de Medicina são formados para cuidar das pessoas e é por isso que estão mobilizados por um sistema que funcione. Mas, sem escravidão, sem discriminação e sem mortes e sequelas não justificadas. É verdade que há décadas se vê e ouve problemas na saúde. Mas a luta sempre existiu e, desde a Constituição de 1988, a esperança se renovou. Em 2013, algo se perdeu. Preocupe-se. Alarme-se. Apavore-se! E faça alguma coisa!
Posted on: Tue, 09 Jul 2013 16:31:50 +0000

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