"Minhas pernas caminhavam de maneira involuntária, não conseguia - TopicsExpress



          

"Minhas pernas caminhavam de maneira involuntária, não conseguia pensar bem em qual caminho que estava mergulhando; estava imersa em um mar de dúvida, cofusão e melancolia. A chuva que caia e a terra lamacenta que grudavam em minha perna parecia nem ao menos existir, só conseguia pensar em minha tristeza e solidão... E conseguia aceitar essa condição de espírito que estava destinada a enfrentar por todo o infinito durável que era minha vida. Seria sempre a garota que paira pelo parque sozinha quando a chuva cai, serei sempre a garota diferente que tem muitos ao seu lado mas que é o ser mais sozinho do mundo. Essa sou eu, descascada e nua [...] Finalmente chegara ao lugar de destino e minha consciência estava voltando para mim, olhei vários rostos estranhos, não encontrei nenhum que me acalmasse, procurei, procurei, procurei... Até que, finalmente, meu olhar encontrou o rosto de um cara, meu coração pareceu tentar pular do abismo do meu corpo e correr até ele. Fitava-me com os olhos mais bonitos e penetrantes que tive o prazer de observar, tinha feições tranquilas, talvez quisesse transparecer calmaria já que observou meu rosto molhado e meus olhos vermelhos. Ele era maravilhosamente bonito, de verdade, não gostava de pensar no que ele estava pensando de minha aparência naquele dia, não tive forças para pensar em como me vestiria, apenas coloquei o primeira trapo de roupa que vi em minha frente e saí de casa, mas ele... Nossa, creio que não precisava de nenhuma roupa para ficar igualmente atraente, sua pele e suas feições já tinham beleza suficiente para deixar-me em uma quase hipnose. A medida que o via se aproximando, menos lembrava do porquê de me encontrar ali. Senti seu corpo encostando-se ao meu, as batidas do meu coração em um ritmo no qual não estava familiarizada e fiquei um pouco confusa com isso, mas só deixei minha alma entrelaçar com a dele e fechei os olhos [...] Era como se tivesse em um daqueles manuscritos que estão perdidos pelo meu quarto, nos quais vivo um romance na cidade que Eros provavelmente deu de presente à Gaia, caminhávamos pela chuva abraçados em silêncio, só era possível escutar o barulho das gotas que caiam sobre nós e as árvores, algumas vezes sentia a necessidade de me abastecer da droga que era olhar Aqueles olhos e mergulhar ali por um bom tempo. Não era Paris e nem era um dos meus romances, era só eu e minha história com um cara que me compreendia, era só um daqueles casos que acontecem nos filmes, romance de verão ou algo assim, no qual algo único e repentino acontecia na vida dos amantes e de repente, não mais que de repente, eles iriam embora com um “primeiro amor” em suas memórias, porém tinham a certeza de que suas histórias e fantasias nunca poderiam acontecer. Talvez ele seja meu amor de verão, talvez ele realmente seja único e repentino, mas amor... Eu espero, sinceramente, que não. Porque sabe, ele é bom demais. Nunca consegui cogitar a ideia de termos algo de verdade pelo fato de ser convicta de que nunca seria suficiente para ele. Mas... é isso, ele é perfeito! Não o perfeito que a sociedade convencionou que existia, sem defeitos, lindo de morrer, que faz todas suas vontades e nunca erra. Não. Meu conceito de perfeição é algo muito mais atípico que isso; para mim, perfeição é sinônimo de capacidade de encontrar maravilha até nos mais malditos defeitos que são possíveis encontrar na pessoa, perfeição é alguém de beleza interior cativante, perfeição é sinônimo de exalação de personalidade única e amor. É dessa perfeição que eu digo, e é essa que ele possui. Aquelas frases de consolo de alguns amigos passaram a rolar em minha cabeça; “você merece mais” “você merece alguém perfeito”. Talvez eu até mereça, mas não ele, não agora, não eu... Mas, se um dia aceitar a ideia de que sou boa para alguém que é bom, eu espero que seja alguém que tenha metade da perfeição dele. Espero que viaje para outra dimensão quando me envolver em seus braços e colar seus lábios nos meus, espero que não tenha cobranças e regras chatas que existem nos relacionamentos de hoje em dia e que desgastam qualquer paixão fervente que exista, espero que ele me transmita confiança, espero que confie o suficiente para não ter vergonha nem de mim e nem do meu corpo, espero que... seja tão feliz quanto estou agora. Espera, eu disse que estava feliz? [...]" Gilmore
Posted on: Sun, 29 Sep 2013 20:12:14 +0000

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