Morales perdoa europeus que travaram a sua viagem Presidente boliviano aceitou as desculpas de Portugal, França, Itália e Espanha, que impediram o avião onde viajava de sobrevoar os seus territórios ou fazer escala. Pedro Cordeiro com agências 16:47 Quarta feira, 24 de julho de 2013 Apesar das desculpas, Morales diz que "o mundo foi testemunha da violação da imunidade diplomática", no que considera ter sido "um ato de agressão arbitrária, colonial, hostil, humilhante e inaceitável" Apesar das desculpas, Morales diz que "o mundo foi testemunha da violação da imunidade diplomática", no que considera ter sido "um ato de agressão arbitrária, colonial, hostil, humilhante e inaceitável" Guillermo Granja/Reuters 4 150 0 52 TEXTO A A Imprimir Enviar O Presidente boliviano, Evo Morales, perdoou os governos de Portugal, Espanha, Itália e França, que o impediram de sobrevoar e/ou fazer escala no seu território no início deste mês. "Embora não estejamos completamente satisfeitos, aceitamos as desculpas dos quatro países, enquanto primeiro passo, porque queremos continuar a ter relações de respeito entre os nossos países", disse hoje Morales aos jornalistas, em La Paz, a capital do país. O incidente diplomático, ocorrido a 2 de julho, deu-se quando Evo Morales regressava da Rússia à Bolívia. Suspeitando que Edward Snowden, o norte-americano americano que divulgou os esquemas de vigilância em massa de Washington, pudesse estar a bordo do avião presidencial, vários governos europeus recusaram o pedido de autorização para que este cruzasse o seu espaço aéreo ou - no caso de Lisboa - fizesse escala. Morales teve por isso de esperar 12 horas no aeroporto de Viena. A decisão do Governo português foi tomada pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. O Governo português explicou que rejeitara a escala de Morales por "considerações técnicas" e que autorizara "atempadamente" o sobrevoo do território nacional. O caso enfureceu Morales e outros líderes latino-americanos. O equatoriano Rafael Correa, a argentina Cristina Fernández e o venezuelano Nicolás Maduro criticaram os governos europeus, acusando-os de se vergarem a pressões dos Estados Unidos. A seu ver, o incidente colocou em risco a vida do Presidente da Bolívia e revelou uma atitude neocolonialista. Portas veio a transmitir ao seu homólogo boliviano uma "palavra de reparação", tendo admitido que Evo Morales podia "ter razões de queixa" de Lisboa. Tal como a Bolívia, o Brasil, a Venezuela, a Argentina e o Uruguai chamaram os seus embaixadores nos quatro países europeus para prestarem esclarecimentos sobre o ocorrido. Os países europeus acabaram por pedir desculpa a Morales. "Aceitámos enviar os nossos embaixadores de volta", anunciou Morales, que assegura "não guardar rancor". Snowden quase a poder entrar na Rússia Ainda assim, o líder boliviano foi duro, afirmando que "o mundo foi testemunha da violação da imunidade diplomática", no que considera ter sido "um ato de agressão arbitrária, colonial, hostil, humilhante e inaceitável". Morales incluiu no seu protesto a Espanha porque, segundo disse, o embaixador espanhol em Viena tentou revistar o avião para verificar se Snowden viajava com ele. A Bolívia poderá, apesar da trégua hoje consumada, dar seguimento a queixas que fez junto de organismos internacionais. Snowden, de 30 anos, vive há quase um mês no aeroporto de Moscovo, de onde deverá partir para um dos três países sul-americanos que lhe ofereceram asilo político: Nicarágua, Bolívia e Venezuela. Perito em informática, trabalhou para a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, responsável pela vigilância que revelou ao mundo. O jovem consultor é procurado, nos Estados Unidos, por espionagem e roubo de propriedade do Estado. Morales, que já ofereceu guarida a Snowden, aproveitou para voltar a condenar "as ações de espionagem dos Estados Unidos contra os seus próprios cidadãos, contra os seus países aliados da NATO e contra o mundo inteiro". Ler mais: expresso.sapo.pt/morales-perdoa-europeus-que-travaram-a-sua-viagem=f822503#ixzz2a3TsH2DC
Posted on: Thu, 25 Jul 2013 11:18:21 +0000
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