Museu de Arte em Angola: como realizar o sono? Está aberta alguns pronunciamentos interessantes entre os profissionais da arte sobre a criação (existência) de um museu da arte, onde as obras de Viteix, Ole, etc. estariam patentes. O museu, por definição, é uma instituição científica que tem por fins: (1) recolher as obras; (2) identificar/estudar as obras; (3) classificar depois de aturadas pesquisas; (4) expor as obras classificadas; (5) informar e melhor formar. Quanto a “arte”, é toda obra esteticamente tida como criação de um “filósofo prático” ao mesmo tempo intelectual e elite na sua modalidade. Com toda humildade, se basearmo-nos nestas duas definições mais aceites, colocar-se-á as seguintes perguntas: (i) será que temos especialistas suficientes para assegurar este museu, de ponto de vista a especialidade?; (ii) será, organizacionalmente, possível termos um museu de arte contemporânea?; (iii) quantas obras já foram estudadas – ainda que sem grande responsabilidade científica – em Angola ou fora dela pelos, e ter sido criticadas ou apresentadas nas lides académicas e profissionais? (iv) quais são os mecanismos existentes nos circuitos profissionais em termo de galerias, e como funciona o mercado? (v) quais são as plataformas que envolvem curadores e autores de obras, por um lado; e por outro, as linhas e ideologias de galerias e os estilos preeminentes?; (vi) quantas revistas (académicas ou profissionais) têm publicado artigos de relevância? As respostas as estas perguntas permitem-nos responder afirmativa ou negativamente sobre a existência ou não de um museu de Arte Contemporânea em Angola. E, para responder a elas, não é preciso ser especialistas. Basta ser um bom observador. Por isto, eu pergunto: apesar de todo romantismo que possamos ter em relação ao assunto, será que Angola pode ter agora este museu?
Posted on: Fri, 04 Oct 2013 06:45:01 +0000