O VOO DA GAIVOTA Zuleida Amaral Krun O GAUCHO Out/1979 O pago alegre, no pampa, Tua figura esta presente, Deixando dentro da gente, Uma sensação de sossego, E a vida corre tranqüila, Pela serra e campo afora, Chuliando o que vem de fora, Já passa a mão no pelego, E atira ao lombo do chucro, Que velhaqueia furioso, Onde descansa da lida; Mal nasce o sol na cochilha, Já tomastes o chimarrão, E ainda de cuia na não, Vai dar ordens a pionada, Que no vozeiral alegre, Conversa junto à fogueira, Com seu café de chaleira, Privilégio do gaúcho, Que passa as horas de folga, Distraído no galpão; E assim ele vai curtindo, Sua vida de campônio, E às vezes espanta o demônio Na capelinha da vila, Que reúne a gauchada, Nas festas do padroeiro, Que ouvindo as suas preces, Lá do pago onde ele mora, Olhando todas as horas, Por todos quantos merecem. O RIO GRANDE ESTÂNCIA DO CÉU Jul/1995 Neste solo de estâncias e pelejas, Em que o sonho se expande sob o anil, Nestas matas vibrantes e altaneiras, Deste pedaço amado do Brasil, Em que me quedo extasiado em noites claras, Vendo a lua no céu toda gentil, Sinto o sangue pulsar nas minhas veias, Pois sou fã incontestável do Brasil, Tempos remotos que se vão a historia, Com lições tão pujantes de heroísmo, Fazem vibrar minhas noites cansadas, De muitos sonhos, lembranças e civismo, Querendo transformar este país sofrido, Em que vivemos sonhando sem certeza, Preferimos exaltar os grandes feitos, Do Rio Grande, neste chão, com suas belezas, A casinha pequeninha, lá no alto da colina, Com suas águas cantantes, E pássaros esvoaçando Crianças hinos entoando Com suas vestes ao léo, Faz-nos formar um juízo, Já é mais que o paraíso, É a própria estância do céu.
Posted on: Fri, 20 Sep 2013 18:58:16 +0000
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