O nativo da África e da Ásia tem usado, por milhares de anos, a seguinte técnica para capturar macacos: os caçadores encontram uma árvore com pequeno buraco no tronco e colocam frutas dentro dele. Um macaco chega, coloca a mão dentro do buraco, agarra as frutas e cai na armadinha. O punho do animal, agora fechado e cheio de frutas, não consegue passar pela abertura. Em vez de largar tudo, o macaco se contorce, gira, puxa, repuxa e se recusa a abandonar o alimento. O nativo retorna e, a seu bel-prazer, mata ou captura o macaco. Os humanos são similares aos macacos. Em vez de se agarrarem aos frutos, apegam-se à segurança de um emprego, às suas posses e ao dinheiro. Devido à falta de educação financeira, da mesma forma que os macacos aprisionados, a maioria das pessoas passará a vida escravizada aos salários que lhes pagam a seus patrões e aos impostos devidos ao governo. Nos Estados Unidos, quando começou a crise de 2007, muitas pessoas se agarraram ainda mais a seus empregos, na esperança de não serem demitidas. Milhões se agarraram às suas casas, ainda que não conseguissem pagar os empréstimos imobiliários. Muitos diminuíram seus gastos e pouparam ainda mais, mesmo com o governo americanos emitindo trilhões de dólares e destruindo seu poder de compra. Os trabalhadores americanos colocaram mais dinheiro em seus planos de pensão, ainda que o mercado de ações tivesse implodido, eliminando seus ganhos anteriores. As matriculas nas escolas dispararam, já que mais pessoas voltaram a estudar mesmo com o desemprego disparando. Atualmente, a maiorias das pessoas sabe que há uma crise financeira global. Infelizmente, a maioria não sabe o que fazer a respeito. Em vez de ignorar, a maioria fecha os punhos ainda mais e espera que a crise passe, rezando para que os lideres políticos consigam resolver a crise global e que aqueles dias felizes voltem. Alguns poucos sabem que precisam mudar. Mas, sem uma educação financeira sólida, não sabem o que fazer ou como efetuar essas mudanças. O problema é que esta década, os anos até 2020, será a mais volátil década de transformação da historia do mundo. Infelizmente, as pessoas presas às relíquias do passado – tais como emprego, segurança, casa própria e planos de aposentadoria – serão aquelas que mais sofrerão com os estragos da tempestade global que se aproxima. Posso afirmar isso com certeza devido às cinco razões seguintes: 1. É o fim da Era Industrial. A Era Industrial começou por volta de 1500 e acabou por volta do ano 2000. Em 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos eram a nação mais poderosa do mundo, a maior entre os poucos impérios restantes da Era Industrial. Durante a Era Industrial, as indústrias automobilística, aeroespacial, de radio e televisão e a de armamentos dominavam o mundo dos negócios. Na Era Industrial, um trabalhador podia encontrar um emprego vitalício bem remunerado, ser protegido pelos sindicatos e receber uma aposentadoria pelo resto da vida. A educação financeira não era importante na Era Industrial. Em 1989, nas a internet. A Era Industrial acabou e começou a Era da Informação. Na década que se seguiu, muitos empregos foram substituídos pela tecnologia; fabricas foram desmanteladas nos países desenvolvidos e reconstruídas nos países de mão de obra mais barata. A ideia de um emprego bem paga e de uma boa aposentadoria vitalícia tornou-se obsoleta para muitas pessoas ao redor do mundo. Muitos governos não tem condição de sustentar seus sistemas de assistência e previdência social. Hoje os Estados Unidos são os maiores devedores da história do mundo. Na Era da Informação, a era que a segurança no trabalho e uma pensão vitalícia não são garantidas, a educação financeira é essencial. 2. As regras do dinheiro mudaram em 1971. Em 1971, o presidente americano Richard Nixon desatrelou o dólar americano do padrão-ouro e as regras do dinheiro mudaram. Naquele ano, o dólar deixou de ser dinheiro e se tornou um instrumento de divida. Após 1971, os poupadores se tornaram perdedores. Desde 1971, o dólar americano perdeu 95% de seu poder de compra. 3. Após 1971, o socorro aos bancos aumentou. Atualmente, a maioria das pessoas está ciente da bagunça dos empréstimos imobiliários, conhecida como subprime, e dos trilhões usados ao redor do mundo, para salvar os bancos e as empresas. Hoje, muitos estão furiosos com seus governos, por terem salvado os ricos e passado a conta para os contribuintes. Infelizmente, poucas pessoas estão cientes de que esses salvamentos já ocorriam há anos e que apenas aumentaram a partir de 1971. Nos anos 1980, os socorros aos bancos estavam na casa dos milhões. Nos anos 1990, na casa dos bilhões. Após 2007, os salvamentos, no mundo todo, passaram a ser medidos em trilhões. 4. O aumento da inflação. Em quatro de janeiro de 2000, uma onça de ouro custava US$ 282. Dez anos depois, em 30 de dezembro de 2010, a mesma onça de ouro valia US$ 1.405. Na mesma década, quando medida contra o ouro, a moeda americana perdeu 398 % de seu valor. Em quatro de janeiro de 2000, o petróleo custava US$25 o barril. Em trinta e um de dezembro de 2010, a cotação era de US$91 o barril. Em 10 anos, o preço do petróleo subiu 264%. Ainda assim, os governos alegam que a inflação está sob controle. Uma pessoa inteligente se perguntaria: “Quanto custará 1 litro de gasolina em 2020?” “Qual será o preço da comida em 10 anos?” Essas perguntas que a maioria dos macacos não faz. Em vez disso, os macacos voltam para a escola, trabalham ainda mais arduamente, pagam impostos crescentes, fazem o que podem para gastar menos do que ganham e poupar, poupar e poupar. 5. Vejo mais pessoas pobres. Até 2020, o hiato entre os que têm e os que não têm aumentarão. Muitos que são da classe média hoje escorregarão para a pobreza nos próximos 10 anos. Extraído do livro – O poder da educação financeira – lições sobre dinheiro que não se aprendem na escola, do autor Robert Toru kiyosaki.
Posted on: Fri, 02 Aug 2013 01:26:17 +0000