PORTUGAL INDUSTRY MAGAZINE UE e China encerram disputa comercial sobre painéis solares Comissário do Comércio, Karel De Gucht, anunciou o entendimento com Pequim, que passa pela prática de preços mínimos O desentendimento sobre a exportação para a Europa de painéis solares fabricados na China e que ameaçava as relações comerciais entre as duas potências foi ontem resolvido. Após várias semanas "de intensas negociações", conforme realçou ontem o comissário europeu do Comércio, os responsáveis pelas negociações das duas partes chegaram a um ponto de equilíbrio, que passa pela definição de um preço mínimo. De acordo com o que ficou estabelecido, e foi divulgado pelas agências internacionais, não haverá pagamento de taxas desde que as exportações não excedam os sete gigawatts de potência por ano (cerca de metade da procura na Europa) e que o preço de mercado não seja inferior a 56 cênti-mos por watt (o valor de venda chegou a ser de 0,38 cêntimos). De acordo com o Financial Times, este é um valor que beneficia as empresas chinesas (cerca de 90% já afirmaram que aceitam o acordo), e está abaixo dos 80 cêntimos exigidos pelas empresas europeias do sector, que iniciaram o processo que levou à acusação de vendas abaixo do preço de custo (dumping) às exportadoras chinesas. Para o comissário europeu, Karel De Gucht, esta é a "solução amigável que tanto a União Europeia como a China estavam a tentar alcançar". E afirmou estar "confiante" que, com esta solução, o mercado europeu de painéis solares "irá estabilizar", após a remoção dos malefícios "causados pelas práticas de dumping junto da indústria europeia". Actualmente, as empresas solares chinesas controlam cerca de 80% do mercado na Europa, posição que alcançaram em poucos anos. Só em 2012, as exportações chegaram aos 21 mil milhões de euros, de acordo com a Reuters. Falta agora saber qual será a reacção do grupo de fabricantes europeus, liderado pela alemã Solar-World, face à decisão anunciada por De Gucht. Por seu lado, a associação europeia que une empresas ligadas à instalação e promoção de painéis já afirmou que o acordo é "desvantajoso" por conduzir a preços mais altos, afectando, diz, toda a fileira. O acordo entre a UE e a China ainda terá de ser ratificado, mas é certo que vai cair a tarifa de 11,8% sobre os painéis chineses aplicado em Junho, e que iria subir para 47,6% em Agosto caso não houvesse acordo. Na altura, a atitude da Comissão Europeia foi bastante criticada pela Alemanha, que considerou a estratégia "um grave erro". Isto porque, conforme noticiou o PÚBLICO, a Alemanha queria evitar uma guerra comercial que poderia alargar-se a outros sectores, tal como veio a verificar-se. Em reacção às novas taxas, a China anunciou logo uma investigação sobre dumpingnos vinhos europeus. A introdução de barreiras ao vinho iria afectar países como a França e Portugal. Agora, espera-se que as autoridades deixem cair este assunto. Mas, pelo meio, falta ainda resolver outro processo de suspeitas de dumping que opõe Bruxelas e Pequim, ligado aos fabricantes chineses de telemóveis.
Posted on: Mon, 29 Jul 2013 21:42:06 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015