PRECE DO RECEM NASCIDO. Receba-me com amor... quero dar, quero distribuir... mas serei um receptáculo vazio se nada me oferecer para encher o meu coração. Não me sacodem, não me intimidem, não me tolham a liberdade, preciso de paz para entender, tranqüilidade para crescer, asas para voar... Luzes em volta de mim – moderadas luzes – meus pequeninos olhos viviam na sombra. Não ofusque repentinamente. Falem... quero ouvir vozes, sentir risadas, perceber gente. Meu mundo era tão solitário, tão restrito... como me humanizar se não sentir humanidade? Ensinem-me por dia ao menos uma coisa nova... mas ensinem-me algo todo dia. Horários, sim. Mas não rígidos como se eu fosse uma nave dirigível. Tolerantes sistematizações de minhas horas para que minha necessidade físicas adquiram ritmo. Música também. E gritos de criança pois a infância educa a infância... Portas abertas... e peregrinos entrando em nosso lar... preciso ver caridade e tolerância pra crescer... Quero dois vultos sobre o meu berço, curiosamente a olhar-me. Que meu desenvolvimento seja por ambos notado, comentado, sentido e vivido, pela vida a fora várias vezes encontrei obstáculos em minha estrada que aja perto. vigilante, presta, a mão de um homem... Uma criancinha precisa de uma mão de homem para imaginar-se inatingível. Meu pai – por favor esteja perto de mim. A força de uma criancinha, a coragem para a vida, o entusiasmo nas arrancadas, a intensidade dos arremessos vêm do Homem que a alimenta... Minha mãe – da a doçura o carinho. Fale-me das belezas do céu e da ligeireza das aves, não me tire nunca as oportunidades, não me resguardes, não me faças avançar antes da hora... nem me retardes jamais... Preciso do ar, do sol da luz, do calor. Preciso ver-te pai, envolvendo minha mãe, carinhosamente em teu braços, isto far-me-á sentir-me rei, dentro de uma fortaleza que ninguém destrói. Mas... se um dia... um contra o outro voltar, por favor – que os gestos de rejeição não sejam expostos aos meus olhos indecisos. Que não aja agressão de parte a parte. Que não me façam escolher ou preferir – como poderei optar entre dois amores inseparáveis? Pai – tu que é a força. Tu que és homem, ama minha mãe... não abandone nunca... Se me amas de verdade. Pai – isso é o mínimo e o máximo que posso desejar. Entenderam. hahaha@!
Posted on: Wed, 25 Sep 2013 00:02:20 +0000
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