Padre Renato Paganini sobre a Missa em Rito Extraordinário: "... As reflexões que existem são muito mais profundas, mas vou tentar partilhar um pouquinho do que já vi e das minhas intuições. Durante mais de mil anos a Igreja se santificou por meio da celebração da Eucaristia por esta forma. Era dessa forma que se celebrava a missa quando se "descobriu o Brasil". Meus avós alimentavam sua fé dessa forma. De repente, após o Concílio que "reformou" (na verdade simplificou umas coisas e ampliou outras) parece que tudo começou do zero! O Concílio Vaticano II pediu que se revisasse a missa e os rituais, mas não aboliu as formas antigas, de tal modo que sua conservação é fundamental para se manter uma "coerência interna" na história da Igreja, evitando o equívoco de se pensar que antes do Concílio Vaticano II, tudo o que se fazia era errado! A Igreja não nasceu no CVII, a missa não foi instituída no CVII. Aliás, na época da reforma litúrgica só o rito latino foi modificado, o outros ritos melquita, maronita, bizantino, etc..., permaneceram iguais, inclusive com o uso das línguas antigas. O segundo ponto que acho relevante é a sacralidade que a missa antiga se revestia. A densidade dos ritos deixava mais evidente seu caráter de "mistério", de presença velada e revelada de Deus, acessível mediante a fé... era muito mais simbólica e contemplativa, o que se perdeu em muito na "simplificação" da missa nova - ou na sua má prática litúrgica - de tal modo que há um excesso de comunicação e interessação entre padre e assembleia, colocando a atenção centrada no sacerdote, a verbalização excessiva em detrimento à ação simbólico-sacramental, além da música... lá se foi o gregoriano e o polifônico para o lixo... A forma nova e a antiga de celebrar a Eucaristia são formas distintas de se celebrar o mesmo mistério na tradição latina. Ambas justas e veneráveis. A nova é a forma ordinária. A antiga é, conforme a atual disciplina, a forma extraordinária, aplicável em casos e situações bem especiais. A permanência de sua celebração será como uma sentinela para podermos celebrar com toda piedade e reverência a nova missa. Eu penso assim, talvez esteja equivocado, mas acho bonito justo conservar as duas formas do mesmo rito".
Posted on: Wed, 28 Aug 2013 03:52:24 +0000