Para quem gosta de romance: AMANTE ACIDENTAL - Accidental Mistress - TopicsExpress



          

Para quem gosta de romance: AMANTE ACIDENTAL - Accidental Mistress - SUSAN NAPIER - Digitalização: Ana Cris - Revisão: Crysty CAPITULO SEIS CAPÍTULO SETE - Nossa, parece eu quando tinha essa idade! - exclamou Emily rindo enquanto estudava a fotografia desbotada de uma adolescente de cabelos cacheados, parada ao lado de uma árvore florida, os braços cruzados sobre o peito, meio sorriso nos lábios. O formato do rosto e dos lábios era tão parecido que era como se olhar num espelho. Ela virou a foto, mas não havia nenhuma identificação, diferente das outras fotos de Rose, todas identificadas com nomes e datas. Peter olhou para a fotografia, enquanto mexia nas outras fotos .espalhadas sobre a mesa de jantar. O encontro de Emily com Ethan tinha tirado o apetite dela, mas esforçara-se para comer alguma coisa, e concordara em se juntar a Peter para recordar o passado. - Impressionante - disse ela, estudando o rosto da garota novamente. - Quem é essa? Peter pigarreou, mexendo na xícara de café. - Minha filha. - Sua filha? Mas pensei... - Que eu e Rose não podíamos ter filhos? Não podíamos, não juntos. Rose fez uma histerectomia com vinte e poucos anos. Emily esforçou-se para esconder o choque. - Perdoe-me. Não é da minha conta... - Nós passamos por uma fase terrível - continuou ele, os olhos fixos no rosto envergonhado de Emily. - Rose estava obcecada por não poder me dar filhos e me mandou embora de casa. Eu estava magoado, e tive um caso com minha secretária. Durou poucos dias, porque quando Rose mudou de idéia e me chamou de volta, fui correndo. Ofereci a Maria um emprego em outra parte da companhia, mas ela se demitiu. - Peter deu de ombros. - Envergonho-me por ter ficado feliz com a partida dela. Tive medo de que se Rose descobrisse, eu pudesse perdê-la para para sempre. Rose foi a única mulher que amei. - Todos sabem disso - murmurou Emily, acariciando-lhe a mão. - Por quanto tempo você e Rose foram casados? - Teria completado cinqüenta anos se ela não tivesse morrido. E aquela foi a única vez que a traí. - Mas... houve uma criança? - Emily olhou para a fotografia sobre a mesa. - Tem certeza de que o bebê era seu? Peter pareceu ainda mais envergonhado. - Foi a primeira vez de Maria. Ela tinha quase quarenta anos, dez a mais que eu. Não me ocorreu que pudesse engravidar. Emily estava abismada. - De qualquer forma - continuou ele -, Maria nunca me contou que estava grávida. Pediu demissão e desapareceu. Então, vinte anos depois, recebi uma carta dela, postada após a sua morte. Ela me contou sobre Carol, minha filha, e me mandou essa foto. Disse que lamentava, mas que não queria destruir meu casamento, ou arriscar que eu tentasse lhe tirar o bebê e entregá-lo a Rose. - Então, como é sua filha? - perguntou Emily. -Não sei - replicou ele, amargamente. - Essa é a única foto que tenho. Ela envolveu-se com drogas e morreu aos 19 anos em circunstâncias terríveis na Indonésia, enquanto estava morando com o namorado. - Meu Deus, Peter! Então, você nunca a conheceu? Isso é tudo o que tem dela, uma fotografia e uma carta? Ele assentiu. -Mandei meus advogados investigarem, mas eu não podia trabalhar com as informações enquanto Rose estava viva... seria como traí-la novamente. Mas agora que ela faleceu, posso tentar compensar o tempo perdido. Carol estava grávida quando foi para a Indonésia. Morreu não muito depois de ter o bebê. - Você tem um neto ou uma neta! Peter assentiu, a voz tremendo. - Uma neta. Da qual me orgulho muito. Emily sentiu um nó na garganta, emocionada. - Isso é maravilhoso. Fico feliz por você. - É claro, ninguém sabe ainda, exceto você e os advogados - prosseguiu ele, nervoso. - Eu não saberia como contar aos garotos. Eles adoravam a tia Rose. - Entendo - murmurou ela. - Sua neta vive na Indonésia? Peter a olhou intensamente. - Não, ela foi adotada por um casal da Nova Zelândia. Parecendo precisar de algo para aliviar a tensão, ele pegou uma fatia do bolo de chocolate que Emily fizera para acompanhar o café, enquanto lhe contava a história de sua investigação. Houvera um grande ciclone e enchentes, e toda a região ficara um caos quando Carol tinha dado à luz. Ajudada por um casal de jovens idealistas que fizeram seu parto, foi escondida em um campo de refugiados, com outro nome, pois temia o que seus amigos drogados poderiam fazer com o bebê. Esse mesmo casal, mais tarde, a encontrou delirando e morrendo, e levou o bebê para fora do país. Carol só lhes deu o primeiro nome, dizendo que não tinha família, talvez com a esperança de encorajá-los a cumprir a promessa que lhe fizeram. Emily ouviu a história com ar intrigado, até que Peter mencionou a data do nascimento da neta. Ela bebeu o café já frio, tentando ignorar a verdade. Tinha a terrível sensação de que os estranhos olhares de Peter estavam agora explicados, e que a bondade dele não fora uma simples demonstração de amizade. - Que coincidência. Foi quando eu nasci - murmurou ela, tentando soar alegre. - E meus pais estavam na Indonésia, trabalhando nas enchentes. - Não é coincidência, Emily. - Peter obviamente tinha decidido que era hora da verdade. - Foram seus pais que adotaram o bebê de Carol. Você é minha neta. - Mas não pode ser! - negou ela, olhando-o com compaixão. - Lamento, mas você está enganado. Eu não sou adotada. - Tem certeza? Porque tenho relatórios. - Ele pigarreou. - Oh, querida, pensei que seus pais tivessem lhe contado. - É claro que tenho certeza - interrompeu ela. - Possuo certidão de nascimento. E você tem razão, eles teriam me contado. E se Peter era o seu avô, então James Quest não tinha sido... Entretanto, ele sempre falara sobre a continuação de sua habilidade na linha familiar, da satisfação de passar a herança para a filha de seu filho. James não colocaria a mesma ênfase no relacionamento deles se Emily fosse adotada. - A menos que eles tivessem uma razão para não fazer isso. Como uma promessa para uma mulher morrendo? Peter estava ficando agitado demais, mas ela não podia deixá-lo acreditar em algo que não era verdade só para não aborrecê-lo. Uma hora depois, suas emoções ainda estavam abaladas quando Ethan entrou pela porta, aproximando-se do tio, que estava deitado no sofá, um cobertor sobre o colo. - O que aconteceu? Você está bem? - Ele olhou para o médico. - Foi um ataque cardíaco, Mike? Por que ele não está no hospital? Emily o olhou enquanto Ethan tirava o paletó e a gravata, e o médico explicava que não havia necessidade de hospitalização, que o sr. Nash havia apenas engasgado e agora estava tudo bem. - Se foi tão simples, o que você está fazendo aqui? - perguntou Ethan. - E por que perdi o último ato? Emily virou-se e olhou para Dylan de maneira acusadora, que confessou, na defensiva: - Você chamou o médico. Eu precisava fazer alguma coisa, então enviei uma mensagem de texto a Ethan. Ele teria me matado se eu não o informasse o que estava acontecendo. Ethan olhou para o irmão. - O celular vibrou e li a mensagem: "Tio passa mal. Médico a caminho." Você acha que eu conseguiria ter ficado lá e assistido ao resto do balé? Tentei ligar, mas só dava ocupado, e você não atendia o celular - ele acusou Dylan. - Devo ter deixado no outro quarto, e talvez o telefone tenha ficado fora do gancho depois do telefonema para Mike. Houve um pouco de pânico - defendeu-se Dylan. - Você conhece tio Peter. Ele insistia que estava tudo bem, mas Emily ficou preocupada. Ele estava muito pálido e respirando com dificuldade. Emily disse que ficou assustada. - Então, você não estava aqui quando isso aconteceu? - Ethan desviou o olhar para Emily, que se sentia culpada. Mas por que Dylan fizera aquilo? Fora ele quem dissera a Emily que estava exagerando. - Eu estava no quarto, dando alguns telefonemas -disse Dylan, quando Peter interrompeu fracamente: - Pelo amor de Deus, Ethan, acalme-se e deixe Mike voltar para sua família. - Sim, obrigado, doutor. Mande a conta depois. - Dylan sorriu e bateu no ombro do médico. - Ele está ótimo para a idade e condição, Ethan, mas foi bom eu ter vindo para me certificar. É melhor que ele não fale muito por um dia ou dois. Acabou de tomar um susto. - E de nos dar um - murmurou Ethan, e olhou para Emily. - Com o que ele engasgou? Emily se aproximou do sofá. - Com um pedaço de bolo de chocolate. Subitamente, um brilho de lantejoula lhe chamou a atenção e ela notou, pela primeira vez, a mulher que seguira Ethan para dentro da sala. Para seu desgosto, era ainda mais bonita do que Dylan falara. Muito magra e alta, os cabelos loiros presos num penteado, usava um vestido longo elegante, verde e brilhante. Emily imediatamente se sentiu como uma mendiga em seu simples vestido de verão e suas sandálias com sola de corda. Ethan notou-lhe o olhar e fez uma apresentação rápida, impaciente para voltar ao assunto em questão. - Carly Foster, essa é Emily Quest, de quem lhe falei. Eles haviam conversado sobre ela? A mulher estendeu a mão e Emily a apertou com um sorriso educado. A voz de Carly era suave como a pele lindamente bronzeada. - E, é claro, Dylan você já conhece. - Ethan gesticulou para o irmão encostado em um dos pilares decorativos. - Muito bem - murmurou Carly docemente, enquanto Dylan apenas assentia com um gesto de cabeça. - Então, vocês estavam sentados aqui conversando, quando ele de repente engasgou? - Ethan voltou ao assunto. - Isso não se parece com tio Peter. Ele geralmente mastiga muito bem. - Não aqui, nós estávamos na mesa de jantar, conversando e vendo fotografias... - Fotografias do quê? - De pessoas. Família. Apenas... fotos antigas - Emily gaguejou. Eles haviam deixado as fotos sobre a mesa quando Peter engasgara e ela o socorrera. Ethan notaria aquela fotografia anônima no meio das outras, ou veria a semelhança que Emily ainda tentaria convencer Peter de que era apenas uma coincidência? - E sobre o que vocês conversavam? Estavam tendo algum tipo de discussão? Emily engoliu em seco. - Não estávamos discutindo... - Ela parou quando Ethan se aproximou e parou na sua frente, olhando-a com intensidade. - Mas estavam discordando em alguma coisa- afirmou ele. - O que era? Enfrentada com uma pergunta direta, Emily hesitou. Se começasse a mentir para ele agora, perderia toda a confiança que ganhara naquela manhã. Mas, se falasse, estaria se aprofundando mais num problema familiar, e não tinha esse direito. Sua hesitação pareceu durar uma eternidade, e de repente sentiu os dedos gelados de Peter segurando-lhe a mão e apertando-a de leve, e virou-se para ver um apelo aberto nos olhos dele. Estava suplicando para que ela não expusesse seu segredo vergonhoso para a família, antes que ele estivesse pronto para fazê-lo. - Lamento, mas não posso lhe contar - disse ela, apertando a mão de Peter antes de colocá-la de volta embaixo do cobertor. - É uma coisa particular entre Peter e eu. Ethan observara o aperto de mão dos dois, e então segurou o cotovelo de Emily. - Podem nos dar licença por um minuto? - falou para os outros e conduziu-a para a sala de jogos. - Certo... o que está realmente acontecendo? Ela encostou-se contra a mesa de bilhar. - Já disse que não posso falar sobre isso. Ele arqueou as sobrancelhas e se aproximou. - Peter não pode ouvi-la daqui - sussurrou. - Eu não vou dizer a ele que você me contou. - Não tem nada a ver com isso - replicou Emily com firmeza, percebendo a tentativa de Ethan de subornar-lhe a lealdade. - Não adianta, Ethan, eu não vou lhe contar. Essa tarefa dolorosa deve ser de Peter. Ela cometeu o erro de fitar os olhos azuis, e seu coração se amaciou com o conflito que viu neles. Como poderia condená-lo por amar o tio e preocupar-se com a saúde dele? - Ele não está gravemente doente ou morrendo, Ethan, se é isso que o preocupa. Apenas tem alguns problemas... com o passado. E isso é o máximo que vai tirar de mim. Se tem mais perguntas, terá de questionar seu tio. Mas, se eu fosse você, o deixaria fazer isso em seu próprio tempo. - Você é especialista em família, agora? Ela baixou a cabeça, mas Ethan ergueu-lhe o queixo, obrigando-a a encará-lo. - Emily, você é tão teimosa - murmurou ele. - E leal. Excessivamente. Primeiro com seu avô, agora com tio Peter. Quando vai chegar a minha vez? A súbita gentileza de Ethan era ainda mais perigosa para as defesas dela do que as acusações. Ele soltou-lhe o queixo e deslizou a mão para suas costas. - Vamos voltar para a sala? - sugeriu Emily. - Carly deve estar impaciente. - Carly pode cuidar de si mesma. - Isso não é muito elegante. - Ela não sai comigo pela minha elegância. Emily sentiu o peito comprimir. - Isso soa tão passivo. Pensei que vocês saíssem juntos. - Temos um acordo antigo. - Então, agora não é um namoro, é um acordo - disse ela com sarcasmo. - Suponho que poderíamos ficar aqui discutindo semântica a noite toda, mas não quero que você perca sua festa que acontecerá depois do bale. - A festa não é minha. Carly é a patrocinadora da companhia. - Que generosa. - Emily tentou passar por ele, mas Ethan pôs as mãos sobre a mesa, de cada lado dos quadris dela. - Emily, você não precisa se preocupar com Carly. - Não é amanhã ainda — murmurou ela, nervosa com a proximidade do corpo másculo. - Ainda tenho alguma horas para fugir do assunto, então, se não se importa, eu gostaria de me juntar a eles. Ethan vibrou de frustração, então suspirou para recuperar o controle. - O que você realmente quer de mim, Emily? - Fez a pergunta e virou-se, sem esperar resposta. - E, a propósito - acrescentou -, em minha pressa de culpá-la esqueci de agradecer por ter salvado a vida do meu tio esta noite. Ele virou-se novamente, puxou-a para perto e deu-lhe um beijo rápido nos lábios. - Obrigado. Você é uma heroína. - Sua gratidão sincera derreteu a fúria de Emily. - Eu gostaria de ter estado aqui para vê-la em ação. Emily também gostaria. Se Ethan estivesse lá, ela ainda estaria numa ignorância confortável. - O quê? E perder os homens de malha justa? - Você está passando muito tempo com Dylan. - Ele começou a conduzi-la para a sala. - Mas posso ter um remédio para isso. Quando eles entraram na sala, Peter lançou-lhes um olhar apreensivo, enquanto Dylan e Carly conversavam casualmente num canto. Emily sorriu e meneou a cabeça para Peter, que pareceu aliviado, tirando o cobertor e anunciando que ia para a cama, recusando todas as ofertas de ajuda. - Vou dar uma olhada em você durante a noite - disse Ethan, e Emily concluiu, aliviada, que ele não ia ficar com Carly depois que a levasse para casa. Assim que Peter se retirou, Ethan voltou-se para os dois outros protagonistas. - Sinto muito, Carly. - Ele sorriu. -Você devia ter aceitado minha sugestão e ficado no teatro sem mim. Ela olhou para o relógio de diamantes. - Bem, ainda poderíamos ir à festa, mas acho que você não vai querer sair de novo. Como patrocinadora, no entanto, devo voltar ao teatro, então, por que não chama um táxi para mim e poupa sua viagem? Emily quase gostou dela, por ter consideração quando, secretamente, devia estar aborrecida pela noite arruinada. Ethan fez uma rápida ligação do celular, e enquanto esperavam o táxi falou para Carly: - Talvez você me deixe compensar o imprevisto com um jantar amanhã à noite? - Emily assistiu ao sorriso da loira em graciosa aceitação, mas ficou atônita quando Ethan acrescentou: - Pensando bem, por que não vamos jantar os quatro? - Virou-se para incluir o irmão perplexo no convite. - Dylan e Emily podem ir conosco. Faz tempo que não saio com meu irmão, e nós quatro somos tão diversos que certamente será fascinante.
Posted on: Thu, 08 Aug 2013 01:41:21 +0000

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