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Pessoal, há algum tempo que venho comunicando às pessoas sobre a real situação do Hospital Geral Clériston Andrade. Antes de qualquer coisa gostaria de expressar o carinho que tenho por este Hospital, no qual frequento desde que finalizei o primeiro ano de graduação, onde despertei meu interesse por Cirurgia Geral e também comecei a vivenciar a Terapia Intensiva, com excelentes profissionais. Hospital que tem a impossível missão de prestar uma assistência a mais de 100 municípios pactuados - Essa é a primeira informação que peço para a população gravar - O HGCA não é apenas para Feira de Santana e caso fosse já seria pouco para atender a população local. Milhares de cidades vizinhas, que não tem a mínima estrutura de atendimento, sobrecarregam o Hospital com pacientes que poderiam ter sido assistidos na cidade de origem se não complicassem pela falta de assistência básica a saúde, ou se houvesse a mínima estrutura para intervir nas complicações menos graves. Não podemos ficar em silêncio! Não posso me sentir parte desse genocídio que tem sido praticado no Hospital Geral Clériston Andrade. Por isso escrevo para denunciar o que está ocorrendo; explorando o que é, a meu ver, a característica mais importante e poderosa dessas redes sociais. Trabalho numa UTI de 06 leitos, que estava funcionando com 05 por falta de cabos para monitorizar os pacientes. Hoje estamos funcionando apenas com 03 leitos por falta de material. Falarei de forma simples para todos entenderem – está faltando glicose a 50% há alguns meses e a glicose a 25% fica em falta por alguns dias. O estoque de Noradrenalina está reduzido e já acabou muitas vezes. Esta droga quando falta para pacientes graves em quadro de choque pode significar morte em pouco tempo. A Unidade tem um perfil microbiológico de alta resistência e virulência e falta antibióticos de largo espectro. Já presenciei paciente que morreu de choque séptico porque não tem disponível carbapenêmicos e polimixina B no momento. Inclusive em alguns períodos falta Piperaciclina/Tazobactam. Entre outros falta: Linezolida, morfina, dexmedetomidine, eletrodos, fraldas (os familiares compram e levam), noradrenalina, dobutamina. O aparelho para realizar radiografia no leito ficou quebrado por mais de 20 dias. Os cabos de oximetria de pulso estão com funcionamento ruim. Temos apenas 01 cabo para monitorar pressão arterial invasiva. É comum termos dois, três, ou mais pacientes com choque e outras indicações desta monitorização. Existe apenas 01 máquina de hemodiálise convencional para todo o Hospital e 01 para CVVHDF, que não tem solução de bicarbonato (apenas lactasol) e está sem filtro. Convivemos com uma alternância entre os anti-hipertensivos disponívies – ora tratamos a pressão arterial com anlodipino e captopril; ora temos que trocar por atensina e propranolol. Às vezes o Minoxidil acaba e temos que passar um cateter central e iniciar Nitroprussiato de sódio para controlar a pressão arterial de um nefropata. Já tivemos nos últimos meses falta de cateter central para infusão de drogas e tínhamos que implantar cateter de duplo lúmen para hemodiálise (Sorense), apenas para fazer infusão de medicamentos. Faltam ainda fitas para glicemia capilar – já realizei gasometria arterial de 2 em 2horas para monitorar glicemia de paciente com complicação do diabetes e em uso de insulina venosa em bomba de infusão, por falta de fita. Não existe cateter para monitorizar a pressão intracraniana de pacientes vítimas de traumatismo craniano grave – apesar de o Hospital ser referência em trauma. Não continuarei listando a falta de material essencial, pois ficará cansativa demais a leitura. Tudo isso acontece com ciência da Diretoria do Hospital, do Secretário de Saúde do Estado e creio eu que do Governador. Os dois primeiros eu lhes dou certeza, pois é grande o número de CI´s enviadas por nossa unidade para a diretoria. Os Coordenadores das Unidades de Terapia Intensiva do HGCA já oficiaram a Direção do Hospital, o CREMEB e já contataram pessoalmente o Dr. Jorge Solla sobre a situação supracitada e houve promessa de correção em 15 dias. Até agora não temos respostas de ninguém. Temos apenas a pressão para que sejam abertos mais 02 leitos extras na UTI 02, para totalizar 07 leitos. Como assim senhores? Se já fechamos 03 dos que existem por falta de material e de condições de trabalho? Existem períodos sem Fisioterapêutas, que são profissionais de importância essencial numa UTI, apesar de haver vários que foram selecionados em concurso público e aguardam uma vaga para começar a trabalhar. Isso tudo, senhores, sem falar numa unidade nomeada SALA VERMELHA na emergência do Hospital. Eu peço que os próprios gestores publiquem os dados de óbitos e de taxas de infecção daquele local, onde são internados pacientes agudos, com assistência de 01 único Médico, 01 enfermeiro e poucos técnicos, cuidados de mais de 20 pessoas com quadro grave. As vezes morrem se serem vistos. É um verdadeiro genocídio Afirmo a vocês que a equipe Médica e os outros profissionais tem se esforçado, para mesmo em condições sub-humanas de trabalho, conseguir prestar uma assistência descente. Mas isto é impossibilitado. Porém possível mesmo é destinar 27 bilhões de recursos para uma copa do mundo, enquanto o povo continua sofrendo nos corredores em macas duras e sem assistência. POR CONTA DISSO GOSTARIA DE INFORMAR A SOCIEDADE QUE NÃO TEMOS MAIS CONDIÇÕES DE TRABALHO E QUE NÓS MÉDICOS DAS UTI´S DO HOSPITAL GERAL CLÉRISTON ANDRADE ESTAREMOS ENTREGANDO UMA CARTA DE DEMISSÃO COLETIVA, DANDO O PRAZO DE 30 DIAS PARA QUE AS CONDIÇÕES MÍNIMAS SEJAM REPARADAS. AS PESSOAS JÁ ESTÃO MORRENDO TODOS OS DIAS E SE CONTINUARMOS ACEITANDO DO JEITO QUE ESTÁ NADA VAI MUDAR E O NÚMERO DE MORTOS E SEQUELADOS SÓ VAI AUMENTAR. JOÃO VICTOR BRITO DO VALE CRM-BA 22.951.
Posted on: Wed, 26 Jun 2013 14:54:32 +0000

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