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Poesias Recitadas AINDA TENHO GUARDADA MINHA CARTA DE ABC Data: 11/09/2008 Créditos: Texto: Pedro Ernesto Filho Declamação: Pedro Ernesto Filho AINDA TENHO GUARDADA MINHA CARTA DE ABC O autor foi menino do campo, estudou em escola rural e nas primeiras escolas públicas de sua cidade. Talvez por isto, ele guarda na memória as coisas que marcaram seu passado. Conservou por muito tempo todo material escolar que passou por suas mãos, resolvendo, em seguida, eliminar uma parte desse acervo que não poderia mais ser mantida em face da ação do próprio tempo. Porém mantém ainda em seu poder muitas coisas que causam sensação forte a quem delas tomar conhecimento. Só para dar um exemplo, o autor dispõe ainda de sua Carta de ABC e de sua Tabuada, ambas em perfeito estado de conservação. Foi revendo todo esse material que o autor escreveu o mote a seguir. É um trabalho constituído por rimas raras, também chamadas preciosas, no qual se pode perceber o cuidado rigoroso do poeta no sentido de não repetir palavras. Ela me faz recordar a minha infância primeira, Maria Gomes Pereira professora do lugar, que me mandava estudar e eu não sabia o porquê, pois criança não prevê do futuro quase nada - Ainda tenho guardada minha Carta de ABC. Suas laudas têm clareza, não possui palavra omissa, no final, diz que a preguiça é a chave da pobreza, conserva ainda a beleza pois quem observa vê que entre os sinais A e Z não há letra amarrotada - Ainda tenho guardada minha Carta de ABC. Até já mudou de cor por ação que o tempo faz, porém conserva os sinais que expressam o seu valor, na história de doutor integra um só dossiê, se alguém perguntar, cadê? Também mostro a taboada - Ainda tenho guardada minha Carta de ABC. Com dez folhas dá abrigo a todas letras maiúsculas; logo em seguida, as minúsculas feitas num formato antigo, porém conservo comigo para mostrar a você; a capa um pouco fumê, por dentro, bem conservada - Ainda tenho guardada minha Carta de ABC. Uma caneta luxenta digna de ir ao museu, que Crisantina me deu em dezembro de setenta, de preta ficou cinzenta e o bico parece um tê, mas quem botar tinta vê riscar sem fazer zoada - Ainda tenho guardada minha Carta de ABC. Olho tudo e me comovo por força das emoções, o livro Minhas Lições ainda está quase novo; aquela Cartilha o Povo, alguém, querendo, inda lê, tem formato de carnê e a capa é toda ilustrada - Ainda tenho guardada minha Carta de ABC. Aquela prova bonita em folhas grandes de almaço, abaixo da nota, um traço; na borda, um laço de fita, hoje parece esquisita, mas faz bem a quem revê, nem por troca de cachê eu a deixo abandonada - Ainda tenho guardada minha Carta de ABC. Meu livro de matemática do autor Marcius Brandão, Programa de Admissão que tornou-me a vida prática, também guardei a gramática que hoje me faz mercê, pois a aula da tevê deixa uma dúvida danada - Ainda tenho guardada minha Carta de ABC. Pode alguém mangar de mim porque tenho conservado o caderno do ditado e as notas do boletim, todo poeta é assim de louco possui um quê, muito mais doido é você que não se lembra de nada - Ainda tenho guardada minha Carta de ABC.
Posted on: Mon, 02 Dec 2013 00:32:53 +0000

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