Por Jorge Scheidegger - Cansado de guerra Quando cansamos de lutar pelas coisas em que acreditamos, renunciamos à nossa dignidade. Quando deixamos de denunciar as iniquidades que presenciamos, passamos a aceitá-las por conivência. Quando faltamos com nosso dever cívico, nos igualamos aos que subtraíram da Pátria. Quem tem integridade moral mas furta-se de demonstrá-la em público, nada exibirá de diferente dos imorais que delinquem às escondidas. Certamente cabe aqui argumentar que os delinquentes agora sob julgamento são visivelmente diferentes dos íntegros, porque cometeram seus crimes às claras - sorrindo, até - contando, isso sim, com a impunidade que nossa falha Justiça proporciona. O argumento, contudo, não muda o que devemos fazer a respeito. Justiça não é só o que emana do STF. Nem a inclusão de todos os Tribunais de Justiça nas demais instâncias, nem mesmo de todo o Poder Judiciário, Juízes, Advogados e Escolas de Direito é suficiente para limitar as fronteiras do que é a Justiça. Ela é uma construção da Sociedade inteira, obtida pelo permanente confronto entre atos e consequências, nas mentes e consciências dos cidadãos, orientados, sem dúvida, pelos julgamentos da Justiça. Essa Justiça, contudo, é falha, posto que é construção humana. E a correção e o aperfeiçoamento dessas falhas é interesse e obrigação de todos os cidadãos íntegros. Não podemos apenas confiar na Justiça. É preciso lutar por essa construção. É por isso que continuarei emprestando minha palavra aos protestos por uma Justiça melhor, mais certeira, mais ágil e que deixe menos espaço para a impunidade e a injustiça. Os três Poderes são complementares, independentes e igualmente importantes para o Governo do País. Quando falha a Justiça, porém, resta ao cidadão apenas sua própria manifestação.
Posted on: Thu, 19 Sep 2013 12:31:20 +0000
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