Porque as Massas se Rebelam Nilson Pimentel (*) Para alertar os - TopicsExpress



          

Porque as Massas se Rebelam Nilson Pimentel (*) Para alertar os leitores da Coluna, nesta semana não trataremos de textos sobre economia & desenvolvimento econômico, mas abordaremos o Tema mais atual possível que tanto está a incomodar o Poder. Passando da ficção política de uma democracia ainda incipiente para fatos concretos de uma realidade dura, crítica, sofrida, mas real, o Brasil experimenta nesses gloriosos dias de intensa claridade social, nos quais as autoridades estabelecidas andam atônitas e às tontas com tanta determinação da massa e/ou da sociedade de brasileiros que não mais toleram desmandos, corrupção, cinismos, descumprimentos legais constituídos e favorecimentos àqueles que deveriam ser os guardiões e cuidadores dos direitos humanos e sociais dessa mesma sociedade que os elege. Haja mobilização social! Haja manifestação de descontentamento com o status quo vigente! Haja incapacidade das autoridades constituídas em entender “O porquê deles se manifestarem dessa forma?”, “Do que eles reclamam? Se tudo fazemos por eles e em nome deles?” Tomem conhecimentos doutas autoridades, tamanha manifestação popular, com mobilização integral da sociedade, sendo rechaçadas conotações políticas partidárias, são resultantes, pontas de icebergs, da explosão do descontentamento geral, não do aumento de centavos na passagem de transportes coletivos, não, não é só isto. Não, pois os casos de desmandos são inúmeros, o povo já não aguenta mais. Chega! Basta! Queremos um país que tenha um Projeto de Desenvolvimento & Crescimento Econômico de longo prazo, no qual os jovens tenham horizonte de vida, com boa educação, com emprego, com saúde, com segurança, com qualidade de vida. Um país que realmente se tenha orgulho de sermos brasileiros. Isto não foi possível se vislumbrar nesses últimos 10anos, pois a incompetência dessa elite política dirigente está levando esse gigante rico, promissor em recursos naturais, de um povo ordeiro e pacífico a uma catástrofe anunciada. Chega de sermos um país do futuro. O que se quer é que esse futuro alcance já, esse povo trabalhador pobre em um país rico, com uma classe política incapaz e corrupta. Não se trata somente disto, mas no contexto estão a Saúde, Educação, Segurança, Infraestrutura e saneamento (água, esgoto, iluminação pública, transporte coletivo, sistema viário das cidades, sistemas de trânsito das cidades, coleta e tratamento do lixo, cuidado com as cidades, com praças, parques, ciclovias, equipamentos de lazer, etc), Desmandos, Repressão e Corrupção, Gestão Pública ineficiente são temas que, em menos de duas semanas, entraram decisivamente no campo dos enfrentamentos e das discussões. As palavras de ordem, atualmente estabelecidas, como em outras épocas, como “Diretas Já”, “Fora Collor”, hoje são como; “Da Copa eu abro mão, quero saúde e educação”, “Abaixo a PEC/37”, “Queremos transporte coletivo com qualidade, sem corrupção”, “O Brasil é nosso, não das multinacionais”, “Mais emprego, sem arrocho de impostos”, “Nosso Imposto com retorno”, dentre tantos que foram cunhados e vistos por todos em todo o Brasil, estão aí como elementos simbólicos que apontam para uma visão ampla da conjuntura e para o enriquecimento de uma imensa pauta política para as discussões sociais. Também está aos olhos de todos, como numa vitrine política, como lição da sociedade mobilizada, que aponta para uma reviravolta nos discursos das autoridades de governos e nas abordagens jornalísticas da grande imprensa, sem tendenciosidade partidária de poder. O Povo tarda, mas chega o dia de se manifestar, nem que seja nas próximas eleições, o que não causaria nenhum espanto a ninguém, se os eleitores se recusassem ao comparecimento às urnas em outubro de 2014. Temos certeza que se essa manifestação ocorresse no dia seguinte o Brasil seria outro país. Pois, nesse caso, nenhum político seria eleito. Efeitos de uma manifestação silenciosa, pacífica, sem vandalismo, sem truculência policial. ACORDA BRASIL!!! MUDA BRASIL!!! Após esses dias de mobilização e manifestação popular, a presidente da República, um dia após as manifestações históricas desse 17 de junho de 2013, fez um discurso com belas palavras, recheadas com as reminiscências de um passado de resistência democrática , as quais, no entanto, nem de longe esconderam o tom burocrático, as rugas de preocupação e o ambiente tecnocrático em meio ao qual foram pronunciadas. Palavras em vão, o povo não é o alienado como o querem tratar as autoridades. Na imprensa, não é menos notória a mudança drástica de abordagem, pois sabem em que nessas turbas, também, encontram-se baderneiros e aproveitadores, foi suficiente para açodar o uso de termos acintosos contra os manifestantes. A mídia comercial, agora assombrada e cautelosa, já procura analisar por outros ângulos essas manifestações sociais. Mas não há como se impressionar muito e comemorar esta que parece ser uma mudança de tom ou postura, seja de governantes, seja da grande imprensa. Há, nesse esgarçar do tecido social, de se manter a postura vigilante e atenta para a leitura de entrelinhas, que agora serão o sinal mais aguçado e evidente das investidas que poderão ser lançadas contra a cidadania. Não há como se negar que os tempos atuais na sociedade brasileira, como fato inconteste, sem se tratar do viés que se aplica para o bem ou para o mal, sendo o mais importante na vida pública brasileira atual, a ascensão das massas ao completo poder de certa inclusão social, sem considerar que alguém tem que pagar por isso. Como as massas, por definição filosófica-sociologica, não são capazes de dirigir sua própria existência, e menos ainda dirigir a sociedade, esse fato implica que atualmente o Brasil está passando a crise mais grave que pode ter acontecido nesses últimos 20 anos de nossa jovem democracia, com essa típica rebelião das massas. Por isso, sem querer se arvorar conhecedor da sociologia, tem-se a comentar o seguinte: nas reportagens de TV, se vê imagens de um ‘mar de gente’, no visual, mas é preciso distinguir massa de multidão. Por intermédio da pesquisa chega-se que a multidão é conceito quantitativo e visual, mas a sociedade é uma unidade dinâmica de dois fatores: minorias e massas. Sendo que as minorias são indivíduos ou grupos de indivíduos especialmente qualificados, que estão sempre a superar-se, enquanto a massa é o conjunto de pessoas não ‘qualificadas’, a que podemos denominar “homem médio”, ou como querem os políticos “ o povo”. Entretanto, no caso brasileiro, e especificamente para foco dessas manifestações populares, passa-se de uma quantidade – a multidão – a uma definição qualitativa; isto é a qualidade comum aos homens que não se diferenciam uns dos outros, mas que caracteriza um tipo genérico, não no sentido pejorativo, mas é quem não se valoriza, que se sente “como todo o mundo” e que se sente bem sentindo-se idêntico aos demais. É nesse viés de entendimento, que é o tipo característico desse tempo atual, se vê o predomínio da massa e do popular. Também, existem atividades na sociedade que requerem minorias com qualificações especiais para seu desempenho. Contudo, o fato novo é que a massa passou também a executar essas atividades. Visto assim, nesse tipo de democracia brasileira, em que a massa atua diretamente sem grandes crenças na lei e na justiça, por meio de pressões materiais, impondo suas aspirações e seus gostos, ao contrário do desejo da elite política dominante. A massa atropela tudo o que não está atendendo as suas necessidades e aspirações, mas é diferente, egrégio, individual, qualificado e seleto. É nesse sentido que os movimentos sociais trazem algo comum. Quem não é como todo o mundo, quem não pensa como todo o mundo corre o risco de ser eliminado, nesse processo. E agora, todo o mundo é só a massa. É nesse cenário, com a volta às ruas, a massa está criando uma nova conjuntura social e política, favorável à democracia e ao desenvolvimento econômico, social e ambiental, e para desespero de alguns que não suportam o povo e suas aspirações. (*) Economista, Engenheiro e Administrador de empresas, com pós-graduação: MBA in Management (FGV), Engenharia Econômica (UFRJ), Planejamento Estratégico (FGV), Consultoria Industrial (UNICAMP), Mestre em Economia (FGV), Doutorando na UNINI-Mx, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected]
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 23:10:21 +0000

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