Quem me conhece sabe que há muito defendo a unificação das políticas estaduais, e os motivos são os mais diversos. Em termos práticos, a existência de um sistema policial duplo não tem nenhuma justificativa, e é uma construção histórica não de um país comprometido com a militarização, mas com um país criado e construído no improviso. Mas nos últimos tempos, em especial após os últimos confrontos entre PMs e manifestantes, o tema voltou com força ganhando contornos de "cortina de fumaça". A tese de que o problema da polícia está na sua origem militar é tão sólida quanto responsabilizar a origem civil da Polícia Civil pelas suas falhas. Segundo estudo da BBC, a PMESP matou seis vezes mais do que a Polícia Civil paulista. Uma informação que, por si só, não possui nenhuma substância. A Polícia Civil, via de regra, não faz policiamento ostensivo nem opera brigadas de choque. Também porque a natureza "autoritária" das polícias militares é também pouco substanciosa: quantos são os PMs ainda na ativa que tiveram contato real com a Ditadura? A problemática começa no ponto em que as polícias militares constituem reserva do Exército Brasileiro. E seguem por diante, em questões de natureza organizacional: o que fazer com a PM? Extinguí-la? Incorporá-la à Civil? De que forma, já que as organizações de ambas são completamente diferentes? As remunerações também! Ao querer fazer tudo no tapa, poderemos estar piorando a situação e ainda criando problemas para o futuro. Nesse sentido, vejo mais utilidade na PEC proposta pelo sen. Blairo Maggi, que AUTORIZA, mas não obriga, os estados à formarem uma polícia estadual única. É um caminho mais sensato, eliminar intervenção do Gov. Federal sobre assuntos da esfera estadual.
Posted on: Thu, 22 Aug 2013 22:54:02 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015