Ranço dos inconformados Na política, existe o ranço. Existe - TopicsExpress



          

Ranço dos inconformados Na política, existe o ranço. Existe o ranço dos derrotados, as lamúrias penosas dos inconformados e o ego inflacionado. Existe o despeito contrário ao respeito. Existe o desrespeito ao sucesso e aos vencedores. Não existe a consideração ante à competência alheia, de terceiros. Existe a contradição e a demagogia. A falta de Teática (Teoria e Prática) apropriando-se deste novo, coerente e sintetizado neologismo. Há muita falácia, muito discurso, muita conversa e pouca ação. A moral permanece no campo da retórica e não do exemplarismo. Ou seja, prevalece, quase sempre, a teoria. O ranço é atemporal. Ele não identifica ou percebe os anos, os contextos e as novas conjecturas sociais e econômicas. Permanece preso e refém ao ego do passado. Acondiciona-se aos ditos feitos de outrora, de another time. Não deixa reconhecer-te, aceitar-te. Não possibilita ao ego olhar para si e perceber que o tempo, como tudo na vida, passou, admoestou-se. A política tem dessas coisas de ranços e amargores incautos na ponta da língua. Ela coloca, literalmente, uma viseira de cavalo nas imediações dos dois olhos e da mente dos senhores do poder, principalmente aqueles ultrapassados, ultrajados, a fim de direcioná-los somente para frente, evitando a compreensão panorâmica da vida, do passado e das pessoas que os circundam, despretensiosamente. Existe a vaidade exacerbada, a complexidade das fantasias mentirosas. O feito pelo não feito. O feito eterno e incontestável, os bonachões. Existem os homens de palavras e os homens apenas de belas palavras, mas de atitudes omissas e deficitárias. Aqueles autointitulados benfeitores da cidade, do país e do mundo, inseridos em retratos pendurados nas paredes de palácios. Mas existem aqueles, verdadeiramente, humildes de coração e honestos de alma, merecedores da história e da eternidade. Infelizmente, na política, os ranços parecem eternos. Em comunhão com o ego e com as vaidades perecem dentro do espírito e da atitude soberba de tantos governantes. Os ranços impedem a autoanálise e a autocrítica. Não permitem, condicionalmente, visualizar o próprio reflexo no espelho. São sedentos pelo retorno ao poder, para sentar ao trono do rei para mandar e desmandar em milhares, milhões de súditos temerosos e plenamente ignorantes, no ponto de vista único destes mentores da vaidade. Quando não conseguem, revoltam-se, agitam-se, esperneiam até dizer chega, sem força ou reação apropriadas. Pobres egos, pobres ranços, pobres de nós, a aguentar tamanha chatice impregnada num senso de ostentação completamente defasada, parada no próprio retrato retroativo. Na política, existem os ranços. Existe o ego e as vaidades. Existe a soberba e a rejeição à realidade dos fatos. Existe a bulimia do ego que distorce a própria imagem daqueles insatisfeitos com a própria criação.
Posted on: Tue, 29 Oct 2013 03:33:33 +0000

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