Razão e Barbárie. É perfeitamente defensável protestar contra - TopicsExpress



          

Razão e Barbárie. É perfeitamente defensável protestar contra a corrupção. Também é razoável mostrar indignação diante da má qualidade dos gastos públicos e questionar os investimentos bilionários em favor da Copa 2014, diante do caos da saúde, educação, segurança e infraestrutura de transportes públicos. Mas usar desses argumentos focados na ética, justiça e bem comum para promover depredação e saque é um paradoxo inaceitável. Como alguém que defende valores comunitários pode sequer imaginar em depredar propriedades da própria comunidade, como prédios públicos, lixeiras e outros bens que tão caro saem para os contribuintes? A maior barbárie foi flagrada pela televisão em São Paulo. Bando de homens indisciplinados, saqueadores destruindo lojas no centro da cidade e roubando produtos. A imagem de um homem grisalho levando uma TV de tela grande foi ao mesmo tempo revoltante e esclarecedora. E depois os incêndios. Sem desprezar os argumentos formais de quem protesta, é por demais simples argumentar que tais crimes foram executados por delinquentes infiltrados nos movimentos sociais. Em Porto Alegre, onde tudo isso começou por conta das passagens de ônibus, as cenas mostravam pessoas mascaradas em meio aos protestos cometendo crimes, destruições de patrimônio público e privado. E alguns prováveis líderes do movimento não fizeram a menor menção de tentar detê-los e se recusaram a colaborar com as autoridades na identificação dos infratores. Isso, no mínimo, revela uma relação de cumplicidade. Na história do mundo, há exemplos de atrocidades cometidas em nome de argumentos aparentemente dos mais inocentes. Se não quisermos fazer com que o Brasil se torne de vez um lugar comandado por bandidos, é melhor que as autoridades realmente comecem a agir de forma intolerante em relação aos criminosos. Protestar é legítimo e até inspirador para o desenvolvimento de uma democracia saudável. Mas no momento em que o protesto vira vandalismo, o que passa a predominar é o crime que deve ser combatido sem tréguas ou tolerância. Que se protejam as ideias! Um movimento histórico como o que está ocorrendo nas últimas semanas pode ser o início de uma grande e positiva transformação da política nacional, ou o princípio de uma total perda de controle da ordem pública. Os líderes dos movimentos se existem, e as autoridades podem até discordar dos pleitos em discussão. Mas eles têm a obrigação de serem colaborativos e guardiões no combate firme às barbáries que estamos assistindo nos últimos dias. Vitor Augusto Koch Presidente da FCDL-RS e SEBRAE-RS
Posted on: Thu, 20 Jun 2013 17:46:05 +0000

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