Resolvi mudar. Mudar os velhos hábitos, reformular os velhos pensamentos, repensar as antigas crenças. Resolvi encaixotar as lembranças ruins e despachá-las para algum lugar bem distante aqui dentro da minha mente. Algum lugar desconhecido e inabitado, mas que, ainda assim, seja acessível quando eu precisar. Quando eu precisar remoer as antigas feridas. Ou precisar delas para fazer certas escolhas. Resolvi me importar menos. Me importar menos com a dor, com os erros, com as lágrimas, com tudo aquilo que não deu certo. Resolvi me importar menos com todas as palavras idiotas que escaparam da minha boca na sua frente. Não quero mais lembrar, nem me recriminar pelas escolhas erradas que fiz, por tudo o que deixei de viver e acreditar. Não quero mais pensar naquilo tudo que poderia ter sido e não foi. Não quero mais. Risquei o “e se” do meu vocabulário para sempre. Você verá. Resolvi dar um basta para o sofrimento. Evitar algumas dores – pelo menos as que eu posso pressentir. Resolvi dar um tempo para os antigos hábitos. Para as pessoas também. Ando mais seletiva. Não falo tanto quanto antes – você não precisa saber tudo sobre a minha vida. Não acolho as pessoas tão facilmente em meu coração mais. Nesse sentido, talvez eu tenha regredido. Mas acontece que meu coração foi ferido demais. Resolvi não perder mais tempo. Vou fazer tudo aqui e agora – sem essa de deixar para depois. Não vou mais perder o sono ou o sorriso por quem não merece sequer uma lágrima. Cansei de pessoas superficiais e egoístas. Cansei de distribuir um pouquinho de mim em cada sorriso e não receber nada em troca. De hoje em diante, só vou aceitar no meu coração gente que queira caminhar do meu lado – não na frente, nem atrás. Vou ouvir todas as músicas e ler todos os livros que puder. Vou cantar com a voz desafinada no meio de uma multidão. Vou distribuir sorrisos e ter a felicidade como companheira constante. Senti um gostinho e quero mais. Não quero lágrimas – a não ser que sejam de felicidade. Quero sonhar com o futuro e realizar todas as coisas que eu deixei de lado por simples medo de arriscar uma curva naquele caminho tão meticulosamente reto que eu criara. Quero viajar, conhecer outras pessoas e culturas. Quero dar um abraço num desconhecido e assistir ao pôr do sol pela primeira vez – mesmo que seja sozinha. Estou aceitando tudo de bom que a vida tiver a oferecer, sem dose nem neurose. Parei de tentar achar respostas. Vou é começar a fazer perguntas. Todas aquelas coisas não ditas, sabe? Vou dizer agora. Não quero mais me esconder, viver de sonhos não realizados, de expectativas vagas, de lembranças vazias e sem significado. Eu quero é mais. Mais sorriso, mais alegria, mais festa, mais diversão. Quero aprender a encarar a vida como uma brincadeira. Quero brincar na lama, tomar banho de chuva e aprender a nadar. Por fim, quero ser surpreendida. Estou carregando apenas metade da bagagem – que a vida forneça as outras malas. Não dizem que as melhores coisas surgem por acaso? Então. Só para avisar: já estou pronta, tá? Leia mais: migre.me/f9N44
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 22:30:00 +0000
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