SOBRE ICE BAND Hudson Carlos de Oliveira, o rapper Ice Band, contraria as estatísticas da violência no país. , é um sobrevivente da guerrilha urbana. Morador do Aglomerado Serra desde a infância, envolveu-se com a criminalidade nos anos 90 e foi um dos protagonistas do conflito entre as gangues Tigres e Panteras, que vitimou dezenas de jovens. As brigas eram motivadas por razões banais, mas deixou seqüelas em inúmeras famílias que, direta ou indiretamente, fizeram parte desta história. Como ele mesmo descreve, quando criança, sonhou ser piloto e acabou tornando-se avião do tráfico de drogas. Entre vários delitos, cometeu pequenos furtos e agressões. Sofreu quatro tentativas de homicídio e sobreviveu a elas, até que descobriu nos movimentos sociais outro caminho e mudou de rota. Assumiu programa em rádio comunitária, em que falava diretamente para a população carcerária e conheceu o rap. Entre um som e outro, descobriu Racionais MCs e outros grupos de hip hop e passou a acreditar no poder da palavra, no entendimento da própria história para a descoberta de potencial que em pouco tempo se revelou. Passou a atuar como militante de Direitos Humanos, defensor dos direitos das crianças e adolescentes. Freqüentou inúmeros congressos, seminários e encontros de formação e capacitação, em que descobriu novas formas de se manifestar. A rebeldia, antes expressada por meio de violência, ganhou nova forma, em versos e rimas que revelam as injustiças da desigualdade social, o preconceito contra moradores de periferia, a dívida histórica de um país com sua população negra e favelada. Em 2005, Ice Band lançou o CD demo Experimentando Idéias, com jovens do projeto Os Sobreviventes, do qual é idealizador, e que reúne adolescentes em situação de risco social do Aglomerado. Como militante do Movimento Hip Hop, fundou no início de 2009 a ong Centro de Referência Hip Hop Brasil, da qual é presidente, e conta com os rappers Blitz, do Crime Verbal, e Julim e Budog, do Elemento.S, na diretoria, entre outros colaboradores. A instituição trabalha pela promoção, divulgação e estímulo da arte produzida nas periferias. Em 2010, em parceria com a ong Oficina de Imagens, o CRH2B fundou o Cineclube Sabotage, no Taquaril, que exibe filmes nacionais e produções independentes de artistas moradores dos aglomerados. Como ator, participou do filme Uma onda no ar, de Helvécio Ratton, e Quando Canta a Liberdade (1 e 2), produzido pela Avesso Filmes em parceria com a Secretaria de Estado de Defesa Social, além de ter participado como convidado do documentário BH Tem Hip Hop, de Júnia Torres e Maurício PC, entre outros. Lançou ano passado o videoclipe Moro numa favela, em parceria com o cineasta Thomas Amaral. Voluntário em oficina de educação esportiva, que faz do futebol instrumento de mediação de conflitos, no Espaço Criança Esperança, Ice Band dá continuidade ao projeto Os Sobreviventes com jovens do Aglomerado. Esta é apenas uma das muitas ações que ele desenvolve de forma voluntária. Ice Band deu início em 2010 ao projeto Hip Hop – Educação para a Vida, já realizado em 30 escolas da rede pública municipal, viabilizado com os benefícios da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e parceiros. A iniciativa acaba de ser novamente aprovada, para atividades em mais 20 unidades educacionais. Ele também leva sua história de superação a instituições que lidam com adolescentes em conflitos com a lei, ao sistema prisional e escolas desde 2006, mas só agora passa a ser apresentada de forma sistemática. Artista, ativista social e defensor contundente de uma sociedade mais justa e livre para todos, Ice Band oferece sua contribuição para a construção de uma nova realidade. Ainda que suas ações não possam mudar o mundo que o cerca, ele diz, tem sido válido acreditar no sonho de que estas sementes têm generosos frutos a oferecer. JUNTOS E MIXADOS CADA VEZ MAIS!!
Posted on: Sat, 15 Jun 2013 17:00:39 +0000
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