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Submarinos Arguido alemão alega "conhecimento muito limitado" O arguido alemão Horst Weretecki alegou hoje que, até 01 de utubro de 2004, altura em que assumiu as funções plenas de vice-presidência da Ferrostaal, tinha um conhecimento muito limitado do negócio da venda dos submarinos a Portugal. Weretecki, um dos três arguidos alemães deste processo, disse inicialmente que “não teve ligação nenhuma com o negócio dos submarinos" e das suas contrapartidas, até junho de 2003, altura em que passou a dirigir o departamento marítimo da Ferrostaal, observando que, até 01 de outubro de 2004, altura em que foi nomeado vice-presidente, “nada sabia” sobre o Agrupamento Complementar de Empresas de Componentes Integrados para a Indústria Automóvel (ACECIA), envolvido no negócio das contrapartidas. A juíza Judite Fonseca confrontou o arguido com a sua assinatura no contrato das contrapartidas, assinado em 2003 com a consultora ESCOM, então do Grupo Espírito Santo, em que figura já como vice-presidente, tendo Weretecki, após discussão semântica, explicado que, à data, era apenas diretor do departamento marítimo, não conhecendo em detalhe os contornos do negócio dos submarinos em Portugal. “Foi na qualidade de diretor do departamento marítimo da Ferrostaal que assinei o acordo com a ESCOM”, disse o arguido, sublinhando que não prestou particular atenção ao negócio com Portugal, porque a Ferrostaal tinha outros contratos em marcha em três países, num valor global de cinco mil milhões de euros. Weretecki justificou o fraco conhecimento do negócio dos submarinos com Portugal com o facto de se tratar de uma “encomenda recente”, sustentando que “só em finais de 2005 soube alguma coisa” sobre a ACECIA, na altura presidida por Palma Féria. Até então, insistiu o arguido, a sua atividade ligada a Portugal incidia unicamente na Lisnave e não no negócio dos submarinos/contrapartidas. “A minha responsabilidade no negócio dos submarinos começou a 01 de outubro de 2004”. O antigo vice-presidente da Man Ferrostaal explicou ainda ao tribunal, presidido pela juíza Judite Fonseca, as dificuldades em gerir, após essa data, os interesses da ACECIA e da ESCOM, pois ambas queriam “dinheiro”, tendo sido arranjada uma solução para que a empresa alemã não tivesse que pagar a dobrar. Assim, os honorários combinados contratualizados com a Ferrostaal passaram a ser repartidos entre a ACECIA e a ESCOM. No final da inquirição da manhã, o advogado de defesa de Weretecki, Godinho de Matos, sublinhou a importância “das datas assinaladas pelo arguido, insistindo que o facto de o seu constituinte só ter assumido conhecimento do negócio em outubro de 2004, devia ditar a absolvição do responsável da Ferrostaal". Segundo Godinho de Matos, entre 1999 e 2004, Weretecki “não teve qualquer intervenção” no negócio, não podendo ser responsável por atos praticados em data anterior, pelo que deve ser absolvido dos crimes de burla e falsificação, num processo que tem ainda sete arguidos portugueses ligados à ACECIA. Horst Weretecki era vice-presidente da multinacional alemã Man Ferrostaal, à data da compra por Portugal de dois submarinos à Alemanha, sendo um dos três arguidos alemães que se senta no banco dos réus deste julgamento nas Varas Criminais de Lisboa. O processo das contrapartidas dos dois submarinos envolve 10 arguidos - três alemães e sete portugueses -, que estão acusados de burla qualificada e falsificação de documentos, num processo que terá lesado o Estado português em mais de 30 milhões de euros. O Estado português contratualizou com o German Submarine Consortium (consórcio GSC, que integrava a Man Ferrostaal), a compra de dois submarinos em 2004, por mil milhões de euros, quando Durão Barroso era primeiro-ministro e Paulo Portas, ministro da Defesa Nacional.
Posted on: Mon, 09 Sep 2013 15:09:27 +0000

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