TEXTO DE APRESENTAÇÃO DA CANDIDATURA AUTÁRQUICA - B.E. LAGOS - 2013 Em 2009 o Bloco de Esquerda apresentava em Lagos, para as autárquicas de então, uma lista essencialmente nova, fresca, consistente e com muita vontade de trabalhar. O manifesto «Por uma política de futuro» pugnava pela pluralidade na diversidade de opiniões, na intervenção pública, e de decisões, nas medidas e propostas apresentadas, a pensar francamente nas cidadãs e cidadãos lacobrigenses. Por um concelho mais autêntico, valorizado nas suas características singulares, mas sempre modernizado e acompanhando as iniciativas que haviam dado provas recentes de que é possível, e não apenas desejável, a partilha de poderes e a intervenção cívica ativa, como o orçamento participativo, uma das propostas basilares da candidatura de 2009, os membros da lista viram eco do seu espírito de ativismo e entrega nos votos dos lacobrigenses, tendo alcançado importantes resultados eleitorais. A eleição de uma deputada municipal foi, no fundo, uma aposta dos lacobrigenses, um voto de confiança que o núcleo do Bloco tomou com toda a seriedade e defendeu nestes últimos quatro anos, tendo conquistado o seu lugar, um lugar de respeito, podemos dizê-lo, quer junto das forças políticas representadas no espaço público do concelho quer junto dos cidadãos. O lema da candidatura de 2009 era «Desbloquear Lagos» e foi isso que o Bloco fez. A defesa de um turismo sustentável em Lagos, concomitante com os seus valores económicos, geográficos e sociais, a atenção ao ambiente, a promoção das condições de vida e do futuro da juventude, e também dos idosos e dos mais desfavorecidos, a reabilitação urbanística do concelho e a sua afirmação a nível externo foram algumas das bandeiras do Bloco em 2009. Aproveito este momento para fazer o que qualquer eleito tem o dever de fazer para com quem o elege: PRESTAR CONTAS! Em quatro anos de trabalho, podemos afirmar que fizemos justiça aos objetivos a que nos propusemos. Fomos presença ativa nas sessões da Assembleia Municipal de Lagos, sempre fomentando a genuína, legítima, discussão política e apresentando, e vendo aprovadas por unanimidade, um conjunto importante de recomendações e moções. Entre elas, merecem rememoração a defesa de um referendo sobre a reorganização territorial, ou da água como bem essencial, a posição contra o pagamento do estacionamento no Hospital de Portimão e pela defesa da unidade hospitalar de Lagos/Hospital do Barlavento, ou contra a criação de mega agrupamentos de escolas, contra a introdução de portagens na via do infante e pela requalificação da EN 125. Também recomendámos ao executivo a criação, através da Divisão de Saúde e Acção Social da Câmara, em parceria com outras instituições como a Santa Casa de Misericórdia de Lagos e a diocese de Lagos, a associação sem fins lucrativos DariAcordar/ movimento Zero Desperdício, zerodesperdicio.pt/, um movimento contra o desperdício alimentar, contactando, para o efeito, estabelecimentos comerciais do concelho - restaurantes, cantinas, cafetarias, refeitórios, hotéis, super e hipermercados (entidades aderentes)- para, desta forma, minorar as dificuldades sentidas por vários cidadãos de Lagos. Recomendámos a criação do programa pequeno-almoço nas escolas, a suspensão do encerramento de centros de novas oportunidades, a preservação do sapal de lagos como património municipal. A nível nacional, também articulámos trabalho com o parlamento, com o grupo parlamentar do Bloco, e, a este nível, destaco ainda a questão do posto territorial da GNR, as obras na escola secundária Júlio Dantas, as questões colocadas sobre encerramento de escolas do 1º ciclo, ou a gritante apropriação do espaço público em Lagos por conta dos megaempreendimentos turísticos e do PIN de Palmares. Todo este percurso pode ser consultado, e acompanhado, nas plataformas online que criámos, como o blogue «Desbloquear Lagos», o sítio e a página no Facebook, através das quais temos interagido com os cidadãos sem filtros, de forma aberta e autêntica. Também estivemos na rua, nos quatro cantos do concelho, onde desenvolvemos ações, nas mesmas linhas de atuação que assumimos como prioritárias. Trouxemos a debate temas como a preservação da biodiversidade em Lagos e Portimão, a cultura participada, a educação, políticas de e para a juventude. Proporcionamos também, nesta mesma casa, convívios diversos. Agora, e mais do que nunca, apresentamo-nos às próximas eleições autárquicas com dois grandes objetivos: dar resposta à situação de emergência social por que passam muitos lacobrigenses de origem ou por opção e resgatar a democracia local, através da efetiva criação mecanismos que permitam a democracia participativa e cidadã. Propomo-nos, se mantivermos a confiança dos lacobrigenses nas urnas, lutar pelo aprofundamento da democracia local e regional, aumentar a transparência na gestão das autarquias, defender a justiça fiscal, exigir serviços públicos de qualidade para todos e todas. Considerando que a qualidade de vida é um direito e não um privilégio, procuraremos estimular o desenvolvimento local e a criação de emprego, e continuaremos a lutar com todas as nossas forças pela abolição de portagens na via do Infante. E porque consideramos que agora, mais do que nunca, motivar os cidadãos para a vida pública e política é urgente! Que quebrar o «divórcio» entre cidadãos e eleitos é premente! Que fazer com que os jovens e menos jovens exerçam cada vez mais a sua participação cidadã e cívica é fundamental! Começámos desde logo com a recolha, através da Internet, de contributos para a elaboração do nosso programa, criando um endereço de email para onde todos e todas podem enviar as suas propostas. Chamamos-lhe «assembleia popular virtual». Foram vários os que nela já participaram, com propostas valiosíssimas. E podem continuar a fazê-lo! Mais fortes, mais experientes, mais sólidos na nossa atuação e contando com o apoio de todos quantos têm acompanhado o nosso trabalho, e agora de todos os cidadãos que queriam participar, estamos prontos para continuar. Para lutar sempre e mais! Idealistas? Sim, somos. Aliás, só por isso mesmo poderemos ser condenados. Mas fazemos política concreta, a política real e necessária e aqui continuaremos, a desbloquear Lagos! Manuela Goes
Posted on: Sun, 30 Jun 2013 10:45:19 +0000
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