Teorias da Aprendizagem Paulo De Luccia Quando falamos de cursos - TopicsExpress



          

Teorias da Aprendizagem Paulo De Luccia Quando falamos de cursos de graduação ou especialização em pedagogia e em metodologia do ensino, a grande discussão entre os experientes e ou futuros educadores, são as teorias de aprendizagem. Apesar de sabedores e conhecedores de diversas teorias, ainda há muitos educadores que se perguntam: • Quais teorias de aprendizagem estão de acordo com a minha visão sobre a natureza humana e o propósito da educação? • Que teoria da aprendizagem devo adotar e sob quais circunstâncias? • Como devo explicar a contribuição e as conseqüências das várias teorias da aprendizagem? • Quais são as implicações das várias teorias da aprendizagem para o desenvolvimento das competências dos alunos? • Que teoria de aprendizagem está mais consistente com a minha concepção sobre o papel do educador? O que é uma teoria? Várias são as formas para se definir o que é uma teoria, que podem ser resumidas da seguinte forma: • Teoria é um conjunto direcionador de suposições; • Teoria é um sistema de ordenamento que sintetiza nitidamente os fatos e/ou suposições, generalizações e hipóteses. Poucas pessoas, além dos teóricos, se entusiasmam com teorias. Teorias, assim como verduras e torneios de golfe transmitidos pela televisão, não estimulam pessoas. A maior parte das teorias, com exceção das verdadeiramente revolucionárias, como as contribuições de Newton, Einstein e Darwin, operam em silêncio nos bastidores. Elas podem aprofundar nosso entendimento sobre um evento do mundo real ou comportamento, ou podem nos ajudar a prever o que irá acontecer em uma dada situação. Mas elas fazem isso sem muito alarde. TORRACO (1997, p.114) Os vários teóricos da educação podem apresentar pontos em comum e divergentes. É na tentativa de aproximar autores e diferenciá-los entre si, é que surgem as tentativas de categorização de principais abordagens e seus principais pressupostos teóricos. Podemos resumir as principais tendências de aprendizado em: 1. Behaviorista: No início da década de 1900, as idéias de William James e Wilhelm Wundt, os dois expoentes do pensamento behaviorista, tiveram grande predominância, sendo definidas como a “ciência da consciência”. Os behavioristas procuram estudar os aspectos objetivos, observáveis e mensuráveis da atividade psicológica, deixando de lado aspectos subjetivos, considerados não mensuráveis. Por isso, seus partidários deixaram de lado o estudo da mente e voltaram‑se para o estudo do comportamento. Três são os pressupostos fundamentais que dão sustento a essa teoria: O foco do estudo é comportamento observável em vez de processos mentais internos, a aprendizagem, então, é manifestada por uma mudança de comportamento; O ambiente molda o comportamento de alguém, o que se aprende é determinado pelos elementos no ambiente - e não pelo indivíduo; Os princípios de contiguidade (conexão entre dois eventos) e reforço (para aumentar a probabilidade de que um evento se repetirá) são fundamentais para explicar o processo de aprendizagem. (Merriam e Caffarella, 1991, p. 126). Para o behaviorismo, é a organização das condições externas que determina o comportamento dos sujeitos. 2. Cognitivista: O cognitivismo estuda os artifícios de processamento da informação e de organização do conhecimento pelo ser humano. Busca compreender os diferentes estilos de pensamento e estilos de aprendizagem. As investigações dos cognitivistas se baseiam na análise do funcionamento dos processos psicológicos cognitivos. O pesquisador americano Ulrich Neisser, nascido em 1928, foi um importante expoente desta abordagem da psicologia. Ao controle consciente do funcionamento de nossos próprios processos mentais e reflexão sobre eles chama-se metacognição. A capacidade de metacognição é fundamental para que o sujeito seja capaz de resolver os problemas que se apresentam a ele na realidade e para realizar muitas das tarefas que se impõem no cotidiano. Aprender a pensar e resolver problemas, e não somente a dar as respostas consideradas corretas, constituiu‑se como um dos grandes objetivos da educação por influência do cognitivismo. Dentre os estudiosos nesta área, podemos destacar Jerome Bruner e Jean Piaget, cujos nomes são citados como cognitivistas. Os conceitos básicos utilizados por Bruner para explicar como ocorre o processo de aprendizagem são: motivação, estrutura, sequência e reforço. 3. Humanista: O humanismo teve início na década de 40 nos Estados Unidos, inicialmente proposto por Abraham Maslow (1908‑1970), que congregava profissionais e abordagens diversas, unidas pela oposição ao Behaviorismo e à Psicanálise, assim como pela convergência em torno de algumas propostas comuns. A psicologia humanista concentra‑se no conceito de pessoa, e não no comportamento, como o behaviorismo, e enfatiza a liberdade em oposição ao controle. O mais famoso representante desse movimento é Carl Ransom Rogers, psicólogo norte‑ americano, criador da “terapia centrada no cliente”. Rogers salienta que o professor deve concentrar a atenção não em ensinar, mas em promover condições para a aprendizagem. Portanto o melhor ambiente para a aprendizagem resulta da qualidade da interação professor e aluno. A empatia permite que o educador compreenda os sentimentos do aluno e lhe comunique que ele está sendo compreendido. A aceitação positiva e incondicional consiste em aceitar os alunos como eles são, sem julgá‑los; a afeição do professor por seus alunos deve ser incondicional, o professor deve aceitar os alunos sem reservas. Ser autêntico, honesto ou congruente significa ‘ser‑o‑que‑se é’, a pessoa congruente se aceita e se compreende. Se o professor oferecer essas três condições, então, as crianças serão livres para aprender. (ROGERS, 1985, p. 108). 4. Social e Situacional: Ainda nessa abordagem social e situacional, há autores como Lave e Wenger (1991) que, em vez de olhar para a aprendizagem como a aquisição de certas formas de conhecimento, tentam encaixar a aquisição nas relações sociais e nas situações de co-participação. Em vez de perguntar que tipo de processos cognitivos e estruturas conceituais estão envolvidos, os autores perguntam que tipo de compromissos sociais fornecem o contexto adequado para que a aprendizagem aconteça. (WILLIAM F. HANKS,1991, p. 14 ). Lave e Wenger ilustram sua teoria com observações de diferentes categorias de trabalho (parteiras iucateque, alfaiates, cortadores de carne, participantes de Alcoólicos Anônimos). Inicialmente, as pessoas têm de participar de comunidades e aprender nessa comunidade para se tornarem mais competentes para se mover mais ao “centro” da comunidade. As pessoas têm intenções de aprender se estão envolvidas e o significado da aprendizagem é configurado através do processo de se tornar aprendiz, um participante de plenos direitos na prática sociocultural. Esse processo social inclui, na verdade, subassume, a aprendizagem de competências. (Lave e Wenger, 1991, p. 29). Como Tennant (1997, p. 77) argumenta, essa orientação tem nítida vantagem de chamar a atenção para a necessidade de compreender o conhecimento e a aprendizagem no contexto. Como podemos perceber, tratamos de um fenômeno complexo, as teorias de aprendizagem vêm sendo sustentadas, modificadas, relidas, reinterpretadas e refeitas ao longo dos tempos. Mas, além de conhecer as diferenças teóricas e o que postularam os mais diversos autores, é importante considerar as implicações práticas da complexidade desse fenômeno.
Posted on: Sun, 04 Aug 2013 13:43:11 +0000

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