(...) Tia Adozinda é irmã de minha mãe. Eu não havia ainda - TopicsExpress



          

(...) Tia Adozinda é irmã de minha mãe. Eu não havia ainda falado deste pormenor por ter faltado momento oportuno para fazê-lo sem que deixasse de ser mais umas tantas palavras (…) para somente encher as páginas deste relato narrativo e a pachorra de uns e outros. Como sabe, as coisas ganham sempre mais interesse quando ditas em momentos oportunos. Não que eu tenha a obrigação de falar-lhe deste pormenor. Que a obrigações nenhum de nós aqui está sujeito. Mas já agora que de confidência em confidência vai enchendo as páginas deste relato narrativo, mais uma confidência ou menos uma não mudará lá grande coisa à composição deste pão. Enfim, este “PÃO” era só para fazer a rima em “ão” com o “não”. Que, como sabe, não é pão nenhum este relato narrativo. A frase terá assim, por acaso, perdido sentido na busca da rima? Achas? Bom, se é este o caso ignore a frase e os seus “ões”! E passemos ao que mais interessa neste relato que prima por alguma rima para maravilhar os olhos de tu que lês. Falar de tia Zinda é gerar ambiente fértil para contar histórias intrigantes... Minha mãe chama-se Deolinda. “Linda” se quiser, por acaso, uma outra opção. Já terá dado conta, certamente, que Adozinda rima com Deolinda e Zinda com Linda, o que já lhe deixa entrever, ainda que com um mínimo de lucidez talvez, que as duas irmãs são lindas como duas flores gémeas, lindas elas também, claro está; que as flores, não é apenas por serem flores e terem cores que terão de ser obrigatoriamente lindas. Pois como dizia, Adozinda e Zinda rimam com Deolinda e Linda. Mas isso não é obra do acaso como se pode, eventualmente, supor logo à primeira leitura. Indo diretamente ao assunto, era mesmo esta a intenção dos meus avôs maternos quando registaram as duas no Registo Civil: fazê-las rimar nos nomes como duas irmãs lindas que são. Talvez ficará surpreendido, ou talvez não, quando no final deste parágrafo ficar a saber que todo este discurso labiríntico construído com alguma rima tem como objetivo tão simplesmente de fazer-lhe saber que a tia Adozinda e a mãe Deolinda são irmãs gémeas, uma carregando a cara da outra para o resto da vida como se do clone da outra a outra se tratasse. (...) Extratos de “Voz livre do arbítrio”; de Lukene Neto
Posted on: Tue, 01 Oct 2013 15:53:18 +0000

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