UMA BREVE ANÁLISE DO AMBIENTE ESCOLAR O estudante passa a maior - TopicsExpress



          

UMA BREVE ANÁLISE DO AMBIENTE ESCOLAR O estudante passa a maior parte de seu dia fazendo coisas para as quais não se sente inclinado: a educação é “compulsória”. Enquanto vai preenchendo, na carteira, as lições do caderno, a criança está se comportando de forma a escapar da ameaça de uma série de pequenos eventos aversivos: a zanga da professora, o deboche ou a gozação dos colegas, o vexame das comparações e competições, a nota baixa, ter de ir “conversar” com a diretora ou levar um “bilhetinho” para casa, onde a vara ou chinelo ainda pode funcionar. Diante desta confusão de consequências aversivas, chegar à resposta certa numa questão é, em si mesmo, um evento insignificante, cujo efeito ficará perdido no meio das ansiedades, do tédio e das agressões. Alguns professores usam controle aversivo porque é maior e mais forte que seus alunos ou capaz de invocar a autoridade, seja dos pais ou da polícia. Pode coagir os alunos a ler textos, a ouvir aulas, a tomar parte em seminários, a lembrar tanto quanto possível do que tenham ouvido ou lido, escrever trabalhos, etc. O estudante tenta escapar. Chega atrasado, de má vontade, “escorregando para a escola como um lagarto pela terra molhada”. Um tipo especial de polícia, o inspetor de disciplina, trata com os infratores, ameaçando-os de consequências ainda mais severas. Das crianças que cometem suicídio descobre-se com frequência que tinham problemas na escola. Há formas sutis de fuga. Embora fisicamente presente e olhando o professor ou o texto, o estudante não presta atenção. Está histericamente surdo. Sua mente vagueia. Está no mundo da lua. Formas incipientes de fuga manifestam-se como inquietação. O “cansaço mental” geralmente não é um estado de exaustão, mas uma disposição incontrolável de escapar. Resultado igualmente sério que essa análise nos leva a esperar é que os estudantes contra-ataquem. Se o professor for fraco, o estudante pode atacar abertamente. Talvez, possa chegar a ser impertinente, atrevido, rude ou provocador. Quando o professor está presente, os ataques podem assumir a forma de aborrecimento, e os estudantes escapam aos castigos aborrecendo-o discretamente — suspirando, bocejando, arrastando os pés, estalando os dedos e brincando. Ataques físicos a professores são, atualmente, comuns. Ataques verbais na ausência do professor são lendários. Os contra-ataques aumentam progressivamente. Ações ligeiramente aversivas do professor provocam reações que demandam medidas mais severas, às quais, por sua vez, os estudantes reagem ainda mais violentamente. A “escalada” pode continuar até que um dos lados se retire (os estudantes deixam a escola ou o professor demite-se) ou domine completamente (os estudantes estabelecem a anarquia ou o professor impõe uma disciplina despótica)... Trechos retirado do livro "Tecnologia do Ensino", de B.F. Skinner
Posted on: Wed, 10 Jul 2013 03:24:49 +0000

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