Vamos lá... Bom, se foi mesmo sincera quando, ao elogiar as - TopicsExpress



          

Vamos lá... Bom, se foi mesmo sincera quando, ao elogiar as manifestações e suas reivindicações por mudanças, garantiu que fará essas mudanças, a presidente Dilma tem de começar a mudar a tratativa e o diagnóstico que vinha dando à inflação. Embora não se saiba onde e como vão desembocar ou qual será o feito histórico e econômico disso, os protestos começaram com a revolta com o reajuste de R$ 0,20 nas tarifas do transporte público de SP. Mas poxa, o problema não é o reajuste, ontem revogado. É a inflação, galere! Foi a inflação que exigiu o reajuste. Ela vem corroendo o poder aquisitivo e em algum lugar do bolso do consumidor teve mesmo de começar a pressionar. Diversos estados já divulgaram o reajuste que “favoreça” o cidadão, mas isso vai funcionar como uma balança. Tira-se daqui (transporte público) e joga-se para ali (mesmo sem precisar, por causa do alto preço do combustível, da cesta básica, dos veículos, etc... Ainda vamos aguardar a subida de outros itens). É essencial entender ainda sim, vai continuar faltando salário antes de chegar o fim do mês. Até agora, o governo Dilma fez uma avaliação arrogante da inflação. Ignorou sua importância e seus estragos. Ficou brincando de Deus em relação à mudança da taxa Selic à cada reunião do Copom, só para ver como o mercado iria reagir, ao invés de blindar a economia do país. E o que é pior, o governo atribuiu o problema a causas externas (choques de oferta produzidos pelas secas nos Estados Unidos em 2012) ou a fenômenos temporários internos. Então, o cidadão burro, entendeu que a partir desse diagnóstico, não havia o que fazer. Era esperar pelo refluxo espontâneo da inflação. Durante meses, o Banco Central fez o mesmo jogo. Mas, desde abril, passou a admitir que a inflação tem causas internas relevantes. Entre elas, os gastos excessivos do setor público (política fiscal expansionista), consumo acima da capacidade de oferta da economia e mercado de trabalho excessivamente aquecido, que vinha proporcionando pagamento de salários acima da expansão da produtividade do trabalho. Depois de muita vacilação e uma tentativa de sacramentar a adoção de uma política fiscal que denominou de anticíclica (que implica mais despesas agora), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu/prometeu que entregará ao final deste ano um superávit primário (sobra de arrecadação para pagamento da dívida) correspondente a 2,3% do PIB. Mas, hahaha... Ninguém sabe (provavelmente nem ele) como conseguirá esse resultado nem se ele será suficiente. É claro que a política fiscal do governo Dilma é uma bagunça. Ok. Este é um fator adicional que tira a credibilidade da política econômica e trabalha contra a virada. A inflação hoje, sofre os ataques de outro fator: o da disparada das cotações do dólar no câmbio interno. É o que vai encarecer ainda mais os produtos importados e as dívidas em moeda estrangeira (numa proporção incerta), mas que provavelmente não será inferior a 0,5 ponto porcentual de inflação ao ano para cada alta de 10% na cotação do dólar. Entonces. Falta saber o que mudará na condução da política econômica do governo Dilma. E se de fato mudará. #vemprarua
Posted on: Thu, 20 Jun 2013 21:00:54 +0000

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