a) Há uma impalpável essência do tempo que nos deixa marcas físicas e psicológicas, apesar de não conseguirmos apreender plena ou satisfatoriamente o sentido real, misterioso, profundo do que nos acontece. b) Alternamos alegrias e tristezas e, num caso ou noutro, logo a seguir ficamos, pela própria dinâmica da vida, diante de novos fatos que absorvem, por sua vez, as nossas atenções e preocupações. c) Pouco a pouco, o tempo destrói as coisas, boas ou más, que antes pareciam irremovíveis da nossa memória e da nossa imaginação. c) Mas a nossa luta mais vã, mais inútil, é para não renunciar, não abrir mão de compromissos existenciais que sempre nos motivaram, nas mais diferentes circunstâncias e parecem, de repente, esquecidos ou abandonados pelo desânimo e pela desesperança; d) Não devemos, é certo, trazer o horizonte de nossos sonhos para muito perto nem afastá-lo para muito longe de nós: temos apenas de preservá-lo. e) E o que interessa, mesmo, é a caminhada em direção a esse horizonte, pois tudo o que sobrevier, durante o percurso - que independa da nossa vontade e dos nossos esforços -, não passa de uma situação previsível relacionada à própria fragilidade e finitude da condição humana.
Posted on: Thu, 31 Oct 2013 01:49:53 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015