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a de um Botafoguense para o Atleticano!rs Localização: rio de janeiro/RJ Garrincha Em 24/07/2013 17:12 Caros atleticanos, Se vencerem, vocês já sabem, derretam-se de comemorar. Despoluam a Pampulha com tanta alegria. Mas permitam-me, numa carta de quem é do Botafogo para quem é do Atlético, a falar da derrota. Se a vaca voltar para onde ela sempre tende a ficar, o conhecido brejo, lembrem dos ensinamentos de João Moreira Salles, nosso, mas que poderia muito bem ser de vocês. Ele defende que nós, padecentes do sofrimento, estamos sempre mais bem preparados para o inevitável: o momento fatal. “Ao longo dos tempos aprendemos a vencer – sabemos como é isso -, mas jamais nos iludimos quanto à fugacidade dos bons momentos, pelo contrário”, escreve, brilhantemente. Não se esqueçam, portanto, que qualquer derrota é sempre um ensaio para o futuro. A chegada à final de vocês nos transformou no único dos doze grandes que nunca realizou o feito. Sempre com a memória que até o São Caetano chegou lá. Se vencerem, teremos só a companhia do Fluminense nos que nunca ganharam, mas sempre lembrando que temos a saudosa Conmebol, que aprendemos com vocês a valorizar. Mas daí, de cima do merecido pedestal, não esqueçam: a gente não liga pra isso. Torcer, lembrem, envolve eliminações humilhantes na Copa do Brasil e glórias esparsas inesquecíveis. Daqui debaixo da árvore, querendo escalar até aí com o nosso Ronaldinho surinamês, não nos esquecemos também: ainda está para nascer algum motivo para nós, botafoguenses, não engrossarmos o coro do “EU ACREDITO!”. Não podes perder para ninguém, esse é o nosso ideal, eu cantaria se estivesse hoje no Mineirão. GALO_x_Olimpia-5448 Pecado do CHRONOS, puseram nosso Botafogo para enfrentar o Figueirense na mesma 21h50 de vocês, ainda que em planos metafísicos diferentes. Pase lo que pase, cada escanteio no Mineirão será trinta vezes mais shakespeariano do que no Orlando Scarpelli. Mas eu, no meu mundo particular do meu sofá, ficarei numa zapeação ULULANTE entre os canais. Apesar da minha torcida por ti, Galo, não dá para abandonar o dever cívico de desconfiar do Bota na Copa do Brasil por completo. Torcemos por vocês não só por sabermos juntos como é essa coisa do preto no branco. Alentaremos para que vocês nos mostrem que essa vocação conjunta pelo pior nos dá merecidas folgas. De que adianta ver um soberano São Paulo, um soberbo Corinthians vencendo? Espelhamo-nos nos iguais, sem nos diminuir, apenas assumamos os destinos. “A dor e a delícia de ser o que é”, do Caetano, torcedor do Bahia, outro companheiro, apesar de colorido. Torcemos também por Cuca, aquele que era nosso, pediu demissão, foi assistir um jogo na arquibancada e voltou, TRÊS JOGOS DEPOIS. Não confiamos em quem não morre de amores pelo Alexi Stival. Aliás, a última peripécia de vocês, contra o time do MESSI, me lembrou daqueles sofridos idos cuquescos de 2007. Era semifinal também, só que era Copa do Brasil. Perdemos de 2 a 0 na ida, fora de casa também, só que era o Figueirense. Daí na volta roubaram dois pênaltis de vocês, de nós, dois gols. Mesmo assim nossos times foram superiores e fizeram seus dois gols suficientes para levarem a decisão para os penais. Só que naquela noite, a luz não apagou no Maracanã, como fez no Horto. Ao invés da partida tomar o natural caminho, Júlio César tomou um FRANGO (nada a ver com o Galo) HOMÉRICO, e a vaca estava lá no brejo de novo, abraçada com um melancólico Cuca. Contra o Newell´s, Victor e nada mais. Eis a prova viva de que Victor é melhor que Júlio César e que o azarado Cuca evoluiu. Hoje é um azarado com sorte. Os mais fortes permitirão a incoerência. Morei nove anos em Belo Horizonte, sendo peixe fora d´água. De janeiro de 2002 até outubro de 2011, vi DEZENOVE confrontos entre nossos times. Vocês só venceram UM. Confesso, me deleitava no colégio e na faculdade com tal freguesia. Mas qualquer Cruzeiro x Galo meu coração pendia mais para o lado de vocês. Sempre foi. Ao me mudar para o Rio, a distância me aproximou. Moro com dois atleticanos antropólogos. Coitados em dobro, portanto (piada). Da mesma idade que eu, são PRIMITIVOS no que tange os títulos grandes, coisa que eu também seria se não fosse 1995. Vencer não é parte do habitus deles (piada de novo). A Amanda, mais soberba, sempre acha que o Galo é melhor, que vai dar certo, que está vendo o maior time do mundo. Deve até estar otimista hoje. Mas apesar de sofrer, torcer, não leva o futebol como sofrimento de vida. Certeza que liga mais para os índios dela do que para o time, coisa que eu venho tentando fingir com o jornalismo. Vamos MACHIZAR o papo para falar do Pedrinho, esse sim, que desde menino no Buritis, perto do BH Shopping, nutre esperanças. Apesar de antropólogo competente, a paixão o fez cometer erros crassos: já achou que TCHÔ seria a salvação, já pôs a alegria nas mãos de RENATO MENDIGO, já cogitou a possibilidade de CARINI ou ARANHA resolverem os problemas no gol. Hoje padece de ansiedade, como se três gols hoje fossem a justificativa para tudo valer a pena, mesmo já sabendo que vale. Alma de nenhum atleticano é pequena. Acompanhar a Libertadores ao lado desses dois não deixa minha ÍNDOLE desejar qualquer felicidade no Paraguai nesta noite. Um bom jogo, atleticanos. Saibam que eu também acredito. Que meu apoio botafoguense não contamine ninguém. A vaca de vez em quando não volta, sabemos. Tomara.
Posted on: Wed, 24 Jul 2013 21:49:57 +0000

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