É meu dever partilhar. Leiam sff Mariana Picado: "Uma nota - TopicsExpress



          

É meu dever partilhar. Leiam sff Mariana Picado: "Uma nota pessoal, a todos os que criticam os eleitores de Oeiras que votaram "Paulo Vistas" ou "Isaltino", como queiram. Antes de mais, só para que conste, apesar de não considerar que tenha de me justificar: não, eu não votei neste movimento. No entanto, em nome de todos os meus amigos que votaram, pessoas que eu respeito e que não são iletradas, nem nada que se pareça, deixem-me deixar-vos a minha opinião pessoal sobre este fenómeno, em tom de tentativa de esclarecimento. Não pretendo defender nada nem ninguém! Só me sinto habilitada a dar este ponto de vista, porque vivo em Oeiras desde que nasci e acompanhei a evolução do Município, praticamente desde o início do Isaltino. Os oeirenses que votaram "Paulo Vistas" não o fizeram para apoiarem a corrupção em Oeiras. Parece que a ideia que fica é a de que os oeirenses, sabendo que o Isaltino foi corrupto, apoiam a ideia, apoiam a continuidade dessa prática. Há aqui uma pequenina nuance que fará a diferença a nível moral. Os oeirenses sabem que o Isaltino foi corrupto (assim a Justiça portuguesa decretou) e que está a pagar a sua dívida à sociedade, conforme a Lei exige (e bem!!), mas intuem que muitos outros autarcas, por este país fora, o serão também, só que (ainda) não foram julgados e os que foram, inexplicavelmente, não estão presos. Penso que o Isaltino é o único. Penso também que a Carregueira não tem espaço suficiente para todos os autarcas, ministros, secretários de estado, etc, corruptos deste País. Mas isso é um feeling pessoal e não vem, necessariamente, ao caso. O que, para os oeirenses, marca a diferença entre o Isaltino e os outros possíveis presidentes de câmara é a obra realizada. Quem conheceu Oeiras antes de 1986 e conhece hoje tem uma ideia do que estou a falar. Quem se lembra de Oeiras no final dos anos 80, início dos 90, como eu, e vê Oeiras hoje, consegue entender o sentimento daqueles que votaram neste movimento. Não votaram ostensivamente na corrupção, mas sim naquilo que, mesmo com corrupção, foi feito. Votaram na continuidade desse trabalho, naquilo que lhes permite adorar viver em Oeiras, como eu adoro! Um município fraquinho antes de Isaltino, virou município modelo, ganhou sedes de bancos e empresas (que geram muito dinheiro à câmara), pólos de universidades, jardins, serviços, melhorias nas escolas, nas ruas, nos espaços livres... Tanta, mas tanta coisa que beneficiou as receitas da Câmara, as contas do Isaltino, mas, mais importante que tudo isso, a vida e o bem-estar de quem cá mora! Foi por isso, e só por isso, penso eu!!!, que muita gente (letrada e informada, com ou sem licenciatura) votou neste movimento. Compete a quem se propõe seguir o trabalho de Isaltino, seguir só o trabalho e não a corrupção. Compete às entidades fiscalizadoras maior atenção ao trabalho deste novo autarca, para que não se repita a parte ilegal. Eu não tenho nenhum estudo que me permita fazer uma análise do tipo de eleitor que elegeu este movimento. Muitos serão os tais sem muita instrução, que foram retirados dos bairros complicados pelo Isaltino, que viram a sua vida melhorar por conta do seu trabalho como autarca, que vivem hoje em habitações com condições mais dignas do que antes. Esses são muito difíceis de demover... Esses e todos os funcionários da câmara, que tinham direito ao almoço anual, cozinhado pelo próprio (com ajuda, claro) e todos os funcionários (incluindo os varredores de lixo, jardineiros, etc) que se sentiam gente, quando eram cumprimentados pelo próprio, enquanto estavam a trabalhar na rua, quando ele se cruzava com eles, não só nos dias antes das eleições, mas em todos os dias dos seus vários mandatos! Estamos a falar de um autarca que, não sei como, porque a minha memória se eclipsava nos primeiros 20 nomes, sabia o nome próprio dos seus funcionários, não posso atestar todos, mas da grande maioria! Não era de espantar quando víamos o Isaltino cumprimentar a sra. que varria o lixo, pelo nome! Este foi o autarca que, quando se apercebeu que os varredores de lixo da sua autarquia, todos os natais, batiam à porta dos munícipes, a pedir uma ajuda, para terem um melhor natal (parece que é prática comum em todo o País), chamou-os. Pediu-lhes que lhe dissessem qual a média daquilo que recebiam nesses peditórios e disse-lhes que, por uma questão da sua dignidade pessoal, não o fizessem e passassem a aceitar, a partir desse ano, esse valor oferecido pela câmara, como prémio extraordinário pelos seus serviços. A partir desse ano, o que se ouve dos varredores, se alguém tenta, por generosidade, oferecer-lhes dinheiro como cortesia pelos serviços que nos prestam todos os dias, é invariavelmente "Posso aceitar um café, mas não dinheiro. O sr presidente fica zangado connosco se sabe que algum de nós aceita dinheiro. Nós somos pagos pela Câmara para fazermos o nosso trabalho." A partir daqui, resta-nos agradecer-lhes com um "Obrigado!". E, claro, também há os seguidores do tacho. Óbvio! Mas esses, existem sempre! Não creio, no entanto, que estes últimos sejam em número suficiente para ganhar eleições. Só ajudam à festa. Só queria deixar a ideia de que há outro tipo de pessoas que terão votado neste movimento. E, apesar de ser uma questão paralela, não deixa também de ser uma coisa que "atenua" a imagem do Isaltino aos oeirenses. Não é que abone a seu favor, nem desculpe, nem justifique, nem nada, mas não o compromete tanto. É que, até onde eu sei, o Isaltino não roubou directamente dinheiro à câmara. Ele aproveitou-se do cargo que ocupava, para gerar lucros ilícitos para si, mas não tirou dinheiro aos oeirenses... Não ficou com dinheiro que iria para a Câmara, se não tivesse ido para os seus bolsos. Não tendo ido para os seus bolsos, não ia para lado nenhum... E era isto.".
Posted on: Mon, 30 Sep 2013 12:26:57 +0000

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