A procura de um novo contrato social por José Adelino - TopicsExpress



          

A procura de um novo contrato social por José Adelino Maltez Foi cem anos antes da “manifacebook” que Georges Sorel desenhou o mito da greve geral, e, hoje, todos sabemos que, depois de muitos normais-anormais, os da rotina sem rota, ele não gera a revolução, nem sequer derruba este governo. Ainda há pouco tempo, até o próprio Passos Coelho sugeria, na véspera da greve dos professores, que estes a adiassem para 27 de Maio. Por outras palavras, somos uma sociedade aberta e pluralista, vivemos em ritmo de poliarquia e já reparámos, como proclamava Juan Donoso Cortes, em 1851, que “no estado normal das sociedades não existe o povo, só existem interesses que vencem e interesses que sucumbem, opiniões que lutam e opiniões que se amalgamam, partidos que se combatem e que se reconciliam." Aliás, até acabou a greve dos professores, porque, depois do conflito, pode chegar o consenso, o do acordo sobre os desacordos. Mas ainda bem que há sindicalismo e sindicalistas. E que há trabalhadores que professam e não têm apenas um posto de vencimento. Para não continuarmos todos em jogos de soma zero, para gáudio da habitual história dos vencedores, quando importa que a memória do sofrimento possa contribuir para a necessária história dos vencidos, através da libertação e da garantia do direito que cada um deve ter à propriedade sobre o seu trabalho. Até lá, tudo é teoricamente prático e praticamente teórico. Porque, na prática, a teoria é outra. Mas faz-nos mesmo falta um poder compensador, nomeadamente o de grupos com poder de veto, não apenas para que se refaça o equilíbrio das facções, da aritmética política, mas para que se desenhe a geometria de um novo contrato social, numa estratégia concertada dos grupos sociais, morais e económicos da república ou nação. Porque os principados passam, as comunidades ficam. No DN de hoje.
Posted on: Thu, 27 Jun 2013 17:01:22 +0000

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