(Catedral de Ossos) Elementos mórficos descartados são repensados, redigeridos Virgens formas intocadas manifestam as orações Operários do infinito clamam suas existências Restritos ao templo errante Experimentam as várias faces do caos Eu, surgido de algum lugar, vítima do fim À mercê das mudanças do ambiente Imóvel, incerto até o desaparecimento completo O intenso isolamento da sepultura é o que tenho para me reconhecer Ossos desprendidos da carne Vida tirada de um corpo Dores rompidas pela ausência de nervos Existências à parte da fome dos vermes O apocalipse carnal tem seu início Quando a ciência traiçoeira da decomposição escorre Deixa a penumbra do universo Transforma cada nervo em resto de matéria O interior é transposto, desesperadamente reconstruído Unicamente arquitetado por uma tortura sem dor Abra os olhos para o que projeta o amanhã Coma, pois o seu alimento de hoje Encherá os interiores dos operários da sua desconstrução (Sangelo Corrêa)
Posted on: Fri, 09 Aug 2013 23:20:59 +0000
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