Como um subproduto da resistência à ditadura, o movimento hippie no Brasil abraçou a guerrilha estética. Guitarras, tambores, danças… e as tribos do Sul anunciavam a sua presença nas praças, praias, corredores dos prédios, com aquele aroma vindo do mato [ou das antigas senzalas] que assombrou a rigidez vigente. Talvez por isso os anos 70 não queiram nos deixar, como pulsão de vida que nos alimenta no exílio. Como fogueira que nos aquece nesta nova era do gelo. Em um mundo de smart phones e stupid people, o que resta é manter a esperança. E se os ventos do norte já não movem moinhos, mesmo com nossos mortos e caminhos tortos, “o que importa é não estar vencido.” Quando recordamos de alguma forma os anos 70, estamos buscando o que pode nos dar esperança. A esperança de não viver apenas de memórias – ou de migalhas numa terra seca. Mas de encontrar as brisas do deserto, se saciar nos oásis, e manter a fé e o amor até o fim. Joel Macedo
Posted on: Thu, 19 Sep 2013 21:28:30 +0000
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