GENTE OLHA QUE INTERESSANTE VEJAM VOCÊS QUANTA SIMILARIDADE ENTRE - TopicsExpress



          

GENTE OLHA QUE INTERESSANTE VEJAM VOCÊS QUANTA SIMILARIDADE ENTRE O CONTO ABAIXO E A SAGA DE MARINA DA SILVA E SUA REDE SUSTENTABILIDADE. O ALQUIMISTA: O OURO DE TOLO E A PEDRA FILOSOFAL UM CONTO DE HIDERALDO MONTENEGRO Descobriu que na alquimia existia uma tal Pedra Filosofal, que tinha o poder de transmutar tudo. Pensou: já imaginou o que posso fazer? Tudo que posso conseguir? -Seus olhos brilharam. Nunca havia desejado tanto uma coisa. Ali estava a chave para resolver todos os seus problemas. Seria poderoso, admirado, reverenciado. Sempre se achou especial, diferente da maioria das pessoas. Sempre se achou injustiçado. Parecia que as pessoas não reconheciam a sua grandeza, sua importância. Era melhor do que qualquer um. Era especial. Um dia haveria de ser notado e reconhecido. Sonhava com as pessoas aos seus pés venerando-o. Ficava encantado com estes pensamentos. Por isso, não se misturava com ninguém. Onde já se viu, ele, uma pessoa especial, se misturar com pessoas tão pouco evoluídas!! Por isso, vivia só, entrincheirado. Tinha se colocado no altar. Estava no alto e precisava conservar sua posição especial. Não falava com qualquer um. Assim, um dia sua consciência apareceu para ele na forma de um anjo, com asinhas e tudo mais. Era como sua mente poderia entender aquele nível de consciência, utilizando um símbolo, uma forma. E a sua consciência-anjo lhe falou: Se deseja transformar tudo. Se deseja encontrar a Pedra Filosofal deve empreender uma caminhada. Irá encontrá-la em tal lugar, embaixo de tal árvore. Mas, sua caminhada será conduzida por um guia. Primeiro tem que encontrar este guia e o reconhecer. Quando chegar ao lugar indicado, vai encontrar um Mestre que lhe dará a chave. Evidentemente, que para ter o mérito de possuir a Pedra Filosofal terá que passar por alguns testes. Se não conseguir passar pelo teste vai interromper a caminhada e voltar. Sempre estarei ao seu lado. Sempre que precisar de auxílio estarei pronto para servi-lo. Antes que pudesse fazer qualquer pergunta, seu anjo-consciência desapareceu. No outro dia planejou toda a caminhada. Fantasiou tudo. Imaginou como seria o seu guia. Lógico que ele seria assim e assado, conforme são os guias. E o Mestre, então! Que sensação não seria encontrar um Mestre?!! Deve ser magnífico este encontro. Ele deve ser revestido de um momento fantástico. Depois de tudo planejado, iniciou sua jornada. Que beleza! Enfim, teria em suas mãos todo o poder! As pessoas viriam a ele pedir conselhos, homenageá-lo e coisa e tal. Assim que entrou naquela estrada, uma pessoa horrorosa se aproximou dele. Fingiu não notar aquela presença. -Moço, está indo para aonde? Que petulância! - pensou - Não vou nem responder. -Estou indo para tal lugar - disse aquele estranho. Não se conteve. -Conhece tal lugar?! - perguntou espantado. -O que está procurando que está olhando para todos os lados? -Uma pessoa especial. -Conheço tal lugar com a palma de minha mão. Posso acompanhá-lo? Estou indo para lá também. Um pensamento se insinuou nele. Não poderia ser! Esta pessoa insignificante não pode ser o guia! "É evidente que esta pessoa não é o guia que o anjo me falou. Tão comum, tão banal, tão simples. Que pensamento tolo o meu. É lógico que este aí não é o guia". Sequer respondeu aquela criaturinha insignificante e prosseguiu. Mais adiante teve que se decidir por tal ou qual caminho. Estava diante de uma bifurcação. Resolveu seguir seus instintos e esperava ainda encontrar o tal guia. Mas, assim que tomou um dos caminhos escutou a voz daquele sujeito que vinha atrás. -É por aqui, moço! Desejou ignorar aquela informação, mas teve que se dobrar ao fato de que aquele sujeitinho conhecia aquele caminho de fato. Não disse nada e apenas deu meia volta e pegou aquele outro caminho indicado por tal sujeito. Estava ficando constrangido e chateado com tudo aquilo. -Quando o meu guia vai aparecer? - pensou. Caminharam juntos, calados, durantes horas e dias. Muitas coisas aconteceram que fizeram que ele dobrasse o seu orgulho. Muitas dúvidas já apareciam em sua mente. Pensou até em voltar, mas precisava encontrar de todo o jeito aquela tal Pedra Filosofal. Estava disposto a tudo para consegui-la. Mesmo que fosse até suportar aquela presença... -Afinal, onde estava aquele guia? Depois de meses caminhando e lhe ter acontecido uma série de infortúnio, onde teve que contar com a ajuda daquele sujeito, já não lhe restava nenhum vestígio de orgulho. Aliás, nos últimos dias conversava demais com aquela pessoa. Na verdade, chegou até a rir muito com aquele sujeito. Já tinha esquecido até que precisava encontrar o seu guia. O importante para ele era chegar a tal lugar, onde encontraria o Mestre que lhe daria uma chave e uma árvore onde a Pedra Filosofal estava. -Moço, o que vai encontrar naquele lugar? -Ah, algo maravilhoso! -Seja o que for, você merece. Você é uma pessoa boa. Ficou surpreso com aquela afirmação. Na verdade, ficou comovido com as palavras pronunciadas por aquele estranho. Só não chorou porque teve vergonha. -Falta muito? -Depende. -Como assim? Não entendi. Como depende? -Depois vai entender, moço. O que pretende fazer com o que vai encontrar? Engraçado, quando começou aquela jornada, sabia direitinho o que desejava fazer, mas agora aquela pergunta lhe pareceu estranha, como se nunca a tive feito. Percebeu que não manteve o mesmo desejo. O que foi que aconteceu?-se perguntou. Descobriu o óbvio. Tinha mudado e isto tinha mudado seus desejos. Na verdade, imaginou que não saberia o que faria com aquela pedra em suas mãos. Seus pensamentos foram interrompidos por aquele seu companheiro de jornada. -O lugar que deseja está logo ali na frente. -O quê?! Você não disse...você não disse que... -Você já está pronto, moço. -Como assim? Não conseguiu concluir sua pergunta. -Ali está - apontou seu companheiro. Olhou meio decepcionado. Um lugar um descampado que tinha uma árvore destacada de toda paisagem e um camponês que colhia algumas folhas de alguns arbustos próximos á árvore. -Onde está o Mestre? Pensei que fosse um lugar idílico, mágico!!-pensou surpreso. -Fale com aquele camponês ali que ele conhece tudo por aqui. Ficou em dúvida se deveria fazer isso. Quis dizer que seu companheiro tinha errado o lugar, mas, para sua surpresa, ele tinha sumido. Enfim, não lhe restava nenhuma opção. Caminhou decepcionado em direção ao camponês. Não tinha alternativa mesmo. Quando o camponês percebeu sua presença, veio ao seu encontro com um sorriso nos lábios. Parecia que já o estava esperando. -Não é possível que este senhor seja o tal Mestre! - pensou angustiado. -Bom dia, o que está querendo? - perguntou-lhe o camponês. Não sabia se devia responder. Considerou aquela situação insólita demais. Aquilo não tinha nada a ver com o que imaginou e o que poderia ser de fato. -Estou procurando um lugar! - disse com certa má vontade. -Como é o nome deste lugar, senhor? -Portal da felicidade! -É aqui. Engasgou. Ficou confuso. Não estava compreendendo nada. Tinha que ter havido um engano. Não era possível! -O senhor viu alguém por aqui? - perguntou inconformado ao camponês. -Ás vezes, para percebermos a verdade é preciso eliminar as mentiras que há em nós - respondeu-lhe aquele senhor. Ficou surpreso com a sabedoria vinda daquele sujeito tão simples, tão... Ficou encantado com aquelas palavras. Olhou os olhos doces, compreensivos daquele camponês. Parecia uma pessoa familiar, confiável. Perdeu a vergonha e perguntou: -Procuro uma chave. O camponês pôs as mãos nos bolsos e retirou uma chave. Não uma chave admirável, magnífica, mas uma simples chave, destas que podemos comprar em qualquer chaveiro e lhe entregou. Ele ficou perplexo com aquela chave nas mãos. Pensou que a chave fosse uma palavra, um gesto mágico, enfim uma revelação grandiosa que faria os céus emitirem trombetas e coisas e tais. Mas, tinha ali nas mãos uma chave banal, comum. Uma chave qualquer. O que faria com ela? Não existia ali nenhuma construção, nenhum templo, nada que pudesse ser aberto com aquela chave. Ficou paralisado com aquela chave na mão. -Que ridículo! Andei tudo isso para alguém me entregar uma chave comum! -pensou. Aliás, não conseguia nem pensar direito. Estava em choque, decepcionado. -Se ainda ver portas, então, vai sempre precisa de chaves. Quando deixar de ver portas não precisará de chaves. Se não há nada para abrir o que fará com esta chave? Arregalou os olhos e reconheceu. Estava diante de um Mestre a despeito da aparência. Estava diante de um ser comum, extremamente simples, mas poderoso. Que sabedoria! Eis o poder que tanto buscava! Jogou a chave fora. O camponês lhe sorriu. -Meus parabéns! Você acaba de encontrar a chave. Você acabou de abrir uma porta. -Onde está a Pedra?-insistiu. -Ah, a pedra?!- disse admirado aquele camponês. Então, se agachou, pegou uma pedra qualquer, que estava próximo aos seus pés, e lhe entregou. -Isto é a Pedra Filosofal?! -Pensei que você tivesse encontrado-a! Mas, como me pediu uma pedra, aí está! Foi aí que descobriu que passou o tempo todo procurando as coisas fora, quando tudo estava dentro de si mesmo. O camponês, em sua simplicidade, olhou para ele com bondade e disse: -Olhe para trás de sua jornada. Não reconhece o quanto mudou? Não reconhece o poder transformador de sua jornada? A chave já lhe foi dada. A pedra você já a possui. Se não tivesse feito esta jornada, jamais iria crescer. Você chegou ao fim desta caminhada e que maravilha, por ter feito esta jornada. Você cresceu. Outra jornada está se iniciando para você. Aproveite! Olhou para trás e lembrou as perguntas que a nossa consciência faz quando fazemos a transição: -O que aprendestes? O que amastes? Olhou para o caminho e se perguntou: O que aprendi? O que amei? Havia deixado para trás o orgulho, a prepotência e o egoísmo. Percebeu que a caminhada havia acontecido dentro de si mesmo e sorriu com esta descoberta. Na verdade, descobriu que caminhamos sempre nesta direção. A vida não nos oferece outra alternativa. Abrimos os olhos ao nascermos e a jornada começa. Sentiu uma grande paz. Uma paz profunda. Levantou da cama consciente que iria começar uma jornada, mas agora já sabia o que levaria para ela e o que deixaria para trás. Hideraldo Montenegro
Posted on: Mon, 07 Oct 2013 18:52:27 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015