Hoje pela manhã, enquanto tomava o pequeno almoço numa pastelaria no Huambo, dei por mim a pensar nas pessoas que comigo se cruzaram ao longo de vinte e cinco anos de obras. Pessoas que me chefiaram , que chefiei, e mesmo aquelas que me fiscalizaram. Quase um balanço de inúmeras situações, sérias, menos sérias ou quase divertidas, complicadas, etc... Contudo, e devo confessar com satisfação, um balanço positivo. Dos meus chefes e sem nomear nenhum em particular, aprendi, o que tu pensas é uma coisa, outra é os interesses da empresa e tu és pago para defende-los, mais vale decidir mal do que simplesmente não decidir, a maneira de gerir toda a informação vinda das frentes de trabalho, de gerir as pessoas naquela confusão de personalidades e interesses variados, ou simplesmente vamos atacar esta frente é trabalho que fica vindimado. No meio destas fontes de influência, acho que em obra sou um bocado de cada uma deles. Dos meus subordinados, em absoluto foram execepcionais, muitos chegaram às minhas obras com uma grande carga negativa por base nas informações que delas me foram transmitidas, revelaram-se excepcionais, na competência, dedicação e lealdade e mesmo nas brincadeiras que armavam uns aos outros. Nos jovens engenheiros, novinhos em folha, acabados de serem debitados das faculdades, após pouco tempo de obrigatória adaptação, tornaram-se em apoios inexcedíveis, inteligentes na informação que prestavam e no modo como a tratavam, alguns deles e por mérito próprio evoluiram na carreira pertencendo à direcção das empresas onde colaboram. As pessoas das fiscalizações, esses, pelas vezes que me acertaram o passo. Hoje visto a pele deles e não deixo de ouvir as suas vozes. O tempo apaga o negativo de algumas situações, cura muita coisa, torna-nos tolerantes, mais compreensivos, é uma bendita evolução que a maturidade nos dá, pagamo-la com anos de vida, com o envelhecimento, mas também quem não evolui nesse sentido, arrisca-se ter vivido para nada, por nada ter aprendido, nem mesmo a pagar.... Como dizia um colaborador meu em Moçambique o burro do Dionísio, tem dez anos e não é por isso que deixa de ser burro Bom domingo.... :D
Posted on: Sun, 10 Nov 2013 10:48:50 +0000
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