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Outro dia postei esse mesmo texto do celular repleto de erros, posto de novo, com algumas correções porque acredito que a reflexão é válida, é sobre a expulsão do PT do Bloco de Lutas pelo Transporte Público de Porto Alegre. A banalização da injustiça social Este é o título de um livro de Christophe Dejours, teórico da Psicodinâmica do Trabalho, onde são abordadas questões que motivam sofrimento psíquico e doenças do trabalho e como estão relacionadas com um processo de banalização do mal e violência. Uma das referências é o que escreve Hannah Arendt sobre o julgamento de um general nazista (Adolf Eichmann) em Nuremberg, cuja justificativa pela promoção do assassínio de milhares de pessoas foi o argumento "estava apenas cumprindo ordens". Esta é a desculpa de milhares dr gerentes que praticam assédio moral sobre trabalhadores. Esta também é a justificativa também das centenas de brigadianos que nos agrediram nas manifestações, de junho e a muito tempo. É a desculpa dos indivíduos isolados, alienados de sua própria humanidade, enquanto seres ao mesmo tempo individuais e coletivos que somos. Seres feitos objeto de ordens, ou de ideologias, que tratam outros seres humanos como coisa. Assediam, agridem e até matam. Também podem expulsar companheiros que partilharam o pão e ombrearam a construção do Bloco de Lutas pelo Transporte Público com uma justificativa ideológica (no sentido de Marx, de imagem invertida da realidade, de falsa consciência). Não importou a prática dos que sofreram tal expurgo político no Bloco, bem superior, individual e coletivamente, a de inúmeros indivíduos e coletivos que o compunham: foram tratados como coisa, como seres acríticos e peões de partido. Outros tantos se calaram, porque acharam que não era com eles, afinal uma maioria em assembleia aprovou o expurgo político. Como bem colocou o João Pontes, tomaram partido, ou foram tornados objeto da política de partido e sequer perceberam. Uma dimensão dessa história diz respeito ao julgamento que foi feito de um partido político, em detrimento de outros, com práticas bem mais questionáveis no interior daquele Bloco. Outra dimensão é sobre a prática de indivíduos, seres humanos que o construíam. É sobre seres humanos e sobre alienação, sobre violência simbólica e desumanidade o debate sobre o expurgo que foi feito. Quem perdeu a capacidade de indignar-se com o ocorrido deve tomar cuidado para não ter virado coisa. E nesse sentido lembro do Che Guevara, aquele que o PSTU não permite ter referência: "se você treme de indignação perante qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, então somos companheiros". Em tempos de "humanidade desumanizada", reafirmo as minhas referências no humanismo que alimenta o desejo de mudar o mundo.
Posted on: Wed, 25 Sep 2013 02:30:36 +0000

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