PENA & LÁPIS Caro Sr. Director do Sol Português: Saudações - TopicsExpress



          

PENA & LÁPIS Caro Sr. Director do Sol Português: Saudações Amigas, Diante das notícias vindas a público num passado recente nos órgãos de comunicação portugueses, relativo ao facto da terminação da catequese na Igreja de Santa Inês, redigi esta missiva em termos de carta aberta ao seu Pastor, ao qual peço a sua atenção, e desde já agradeço. Dito isto passo à missiva em apreço. Carta Aberta ao Sr. P. Gomes da Igreja de Santa Inês Em pesquisa recente feita pelo Sr. P. Magno realizada no Brasil, apontava para dados muito preocupantes para a igreja católica. Segundo a mesma, a Pastoral da Juventude, apontava para 24 por cento de interesse, e em segundo lugar 16 por cento para a sua catequese ou seja: formação permanente. Os dados merecem uma reflexão profunda e preocupante por parte da igreja. Eles apontam para uma evidência: as nossas igrejas estão ou andam vazias de jovens e crianças, e temos uma maior participação de pessoas de meia idade, e idosos. Mas o que isso significa na prática, e ao pensarmos em como ela se dá, a mútua relação entre pároco, catequistas e paroquianos. Se a catequese aparece em segundo lugar na pesquisa, como menos preferida dos nossos padres, logo a relação entre eles, e catequistas trará infalivelmente um grande prejuízo para a igreja como é óbvio. Não é à toa que em muitos lugares a nossa catequese anda completamente à deriva muito por culpa de quem a dirige. Chego ao ponto por onde deveria ter começado, mas este meu intróito, não será certamente em vão, visto que é latente também nas nossas festividades anuais das nossas paróquias, cada vez mais com menos frequência de público. Constato que na Igreja de Santa Inês, com o fim da catequese, as suas crianças e os seus paroquianos, ficaram com um sentimento de tristeza revolta, e desalento perante tal atitude de quem deveria dar o máximo apoio pela causa, chegando mesmo ao ridículo de as aconselhar a irem para a vizinha comunidade italiana, o que considero isso vergonhoso para todos nós. Ao contrário pelo que tenho verificado, e pelo que tenho investigado para arrumar este artigo, os catequistas são e estão super motivados por impulso missionário, e voluntário dando tudo de si, investem muito do seu tempo, e não olham a sacrifícios, mas contudo recebem apenas migalhas de apoio dos seus párocos, que muitas das vezes ignoram ou fazem-se de esquecidos deixando os formadores entregues à sua própria sorte. Eu não podia deixar de elevar a minha voz, perante tão grave e surpreendente atitude de quem dirige os destinos da paróquia. Fica pois aqui lavrada a minha indignação e revolta por essa tomada de posição, e por tal acto impensado, pois para mim, mesmo que só existisse uma criança inscrita no curso, só por si já era suficiente e justificável para manter a catequese na paróquia. A catequese é um acto essencial na vida de uma paróquia, não é uma acção particular, a igreja se edifica da pregação do evangelho, da catequese e da liturgia, tendo como centro a celebração da eucaristia. A catequese é, e devo dizê-lo com todas as letras: um processo formativo sistemático e progressivo permanente de educação da nossa fé. Sendo essencial não é um acto particular como acima referenciei, a catequese é um elemento construtivo para a vida dos católicos, e permanência da igreja, e de sua sobrevivência, e sem ela, no meu entender os padres não fariam sentido. A catequese não é transmissão de doutrinas ideológicas ou políticas, mas o lugar apaixonante da partilha e da experiência viva da mensagem do evangelho de Jesus, no seio da igreja, não é da paróquia, nem do padre, mas sim antes do reino de Deus, que nos ensinou a rezar pela sua própria boca. Pessoalmente acho muito estranho, que os padres não se motivem para isso, e deixem em muitos casos a catequese entregue ao seu próprio destino. Lembro-me perfeitamente das palavras do Papa Francisco aos Bispos e Sacerdotes de todo o mundo no Rio de Janeiro; e paço a citar: "ide por todos os lados, caminhai, não podemos ficar enclausurados nas nossas paróquias, em nossas comunidades, e nas nossas instituições diocesanas, quando tantos dos nossos irmãos precisam de nós, de uma palavra de ânimo e de apoio. Não podemos só abrir a porta para que venham, é preciso sair pela porta, procurar encontrar e ouvir o que eles tem para dizer não tenhamos medo. Ajudemos os nossos jovens a encontrar e ouvir o que eles têm para dizer na alegria da fé, na alegria de ser amados pessoalmente por Deus". Uma autêntica aula de humildade e sapiência do chefe da igreja católica aos seus subordinados, e que para muitos caiu como uma luva se assim podemos dizer. Hora isto que se passou em Santa Inês, não vai em nada de encontro com aquilo que ele, Santo Padre, pediu a todos eles e aos milhares de jovens sedentos de o ouvir. Quem sabe com uma atitude mais modesta moderada e sensata, abrindo a porta tal como o Papa pediu, consigamos remar todos para o mesmo lado. A terminar uma palavra de apoio e de coragem a todos os catequistas de Santa Inês, na pessoa de Jessica Pacheco, uma jovem que se dedica de alma e coração à tarefa que lhe foi confiada, e dizer; sede persistentes e constantes como dizia o Papa, não vos deixeis enganar, nem derrotar, pelo amor ao chamamento que Deus vos oferece, e ao próximo, independentemente do pároco que estiver ao comando do leme, pois a catequese e a igreja são permanentes, ao passo que o padre, é um peregrino que vai caminhando pelos caminhos deste mundo, e não pode de maneira nenhuma condicionar os destinos do vosso trabalho, e das, vossas vidas. Um bem haja a todos. Este que assina, Vasco Magalhães.
Posted on: Sun, 06 Oct 2013 03:41:55 +0000

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