Sobre questões em torno das manifestações que tomam as cidades, - TopicsExpress



          

Sobre questões em torno das manifestações que tomam as cidades, com destaque aos conflitos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Vejamos O Preço da passagem em 2004, no Rio de Janeiro: R$ 0,60. Pulou para R$ 2,95 em 2013. Salário mínimo em 2004: R$ 260,00. Em 2013: R$ 678,00. Aumento percentual do salário mínimo nos últimos 8 anos: cerca de 260%. Aumento percentual das passagens aumentou cerca de: 500% Inflação média do país nos últimos 8 anos: menos que 70%. O problema está aí: ainda que tenha havido recuperação de salário diante da inflação, o aumento concedido aos transportes superou em muito ambos os índices. É a remuneração ao capital superior à remuneração ao trabalho, e é isso que, de fato, alimenta a inflação. O problema dos setores econômicos é que, caso reduzam os custos das passagens de Ônibus, teremos protestos em avalanche: luz, gás, gasolina, telefonia... Tudo sempre acima das remunerações salariais, e sempre acima da inflação. Reza a lógica capitalista que, sem lucro, não há investimento. Ao que parece, então, é que o lucro está a se sobrepor ao humano, gerando desigualdades, inflação, carestia, má qualidade dos serviços pois, apesar das remunerações acima da inflação, os transportes são de má qualidade, e isso se estende aos serviços de telefonia e internet, por exemplo, que são péssimos. Impõe-se, portanto, a revisão dos custos, o enxugamento monetário via recomposição dos fatores de formação de preço, para que todos se adequem à massa salarial, e não à massa de capital. Mas a lógica capitalista é a lógica da exploração. Isso carece de mais investigação e precisão, mas a questão de fundo é a mesma: o lucro como engrenagem que faz funcionar a máquina é a mesma engrenagem que a emperra. Falta equivalência, equiparação, equalização. Respeito ao trabalho, pois é ele que produz os recursos, e não o papel moeda. No entanto, os governos e seus aparelhos policiais, em conluio com os órgão midiáticos, já montaram o palanque do descrédito às manifestações. Enquanto, de fato, há excessos, há também farsa governamental. Os policiais são instruídos para buscar o confronto, não o apaziguamento. Foram documentados instantes em que os próprios policiais quebraram vidros de suas próprias viaturas. Depois, basta creditar o vandalismo ao povo. O que os governos e as empresas teriam a dizer sobre tudo isso, além de querer vencer no grito de seus cofres? Marcos Nunes
Posted on: Fri, 14 Jun 2013 13:59:27 +0000

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